Repensando o Supremo

O Supremo vive grave desgaste institucional por responsabilidade de seus próprios ministros. O papel da 2ª turma e do plenário nos julgamentos da Lava Jato e na suspensão de prisão após condenação em segunda instância, para salvar os maus políticos, foi a gota d’água. Agora, o processo continuará com o julgamento de anulação das decisões de Curitiba. Pior, pelo que se sabe, o próprio governo Bolsonaro ajudou a enterrar a Lava Jato, ao se aliar ao Centrão e não ter dado apoio a Sergio Moro (foto) em seu combate à corrupção, como demonstraram as decisões do Congresso. O filósofo Bertrand Russell, em suas Reflexões sobre o octogésimo aniversário (in Retratos de Memória e outros ensaios, Companhia Editora Nacional, 1958, pág. 49), dizia que “as instituições modelam o caráter e o caráter transforma as instituições”, ao defender a tese de que as mudanças de sentimentos dos homens e das instituições marcham lado a lado nas grandes transformações sociais, sem dogmatismo ou doutrinas parciais. Ainda dá tempo de recuperar a credibilidade perdida? Acho difícil. Quem sabe o ministro Gilmar Mendes, que sabe tudo e mais um pouco, tenha a resposta para isso? (Foto reprodução internet)