Uma vacina anticocaína para tratamento de dependentes está sendo desenvolvida por um grupo de pesquisadores do Departamento de Química, da Escola de Farmácia e da Faculdade de Medicina da UFMG. A patente da vacina já foi depositada pela Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG. O objetivo é obter substâncias com propriedade imunogênica que possam ser usadas no tratamento de dependentes químicos de cocaína. Os testes com os roedores já foram finalizados, e o conselho de ética da UFMG está avaliando o início dos experimentos com primatas, etapa que deve começar nos próximos meses. O grupo vai avaliar a toxicidade e a segurança da vacina, observando possíveis efeitos colaterais da substância. Depois, será iniciado o protocolo de testes em humanos, última etapa para que a vacina possa ser comercializada. Dados da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Fife), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), revelam que o Brasil é o segundo maior consumidor mundial de cocaína. A droga, que se popularizou na década de 1990, quando os cartéis colombianos produziam e exportavam mais de 500 toneladas do produto por ano, é considerada um problema de saúde pública, uma vez que os governos federal e estaduais procuram alternativas para tratar os dependentes da substância.