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Um Natal sem luz

Paulo César de Oliveira
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Um Natal sem brilho. É assim que será o Natal em Belo Horizonte. Belo Horizonte, que nas últimas décadas, arrisco-me a dizer que da administração do saudoso Maurício Campos para cá, se acostumou com a festa de luzes natalina vive noites sem brilho. Até parece que não é Natal. Muitos vão culpar os governos, municipal e estadual, por esta falta de brilho numa cidade escura, carrancuda, sem as cores e a alegria do Papai Noel. Realmente a eles deve-se creditar este ambiente triste em praças e avenidas que viviam cheias de luz nesta época. Mas é injusto imputar a eles toda a culpa da cidade opaca, sem vida, nestas festas de final de ano. Tampouco pode-se dizer que foi o coronavirus o responsável por desligar as luzes da cidade. Não, somos nós, população, os responsáveis pela tristeza do Natal de 2020. Não cuidamos de dar vida a tudo aquilo que sempre demos luz nos anos anteriores. O comércio se mostrou desanimado e se deixou abater pelas dificuldades, como se apenas ao Poder Público coubesse a responsabilidade pela motivação do povo. Antes que os mais apressados critiquem, não estou a defender povo nas ruas, circulando de forma irresponsável. Estou, sim, criticando a inércia de todos nós que não criamos motivação, alegria, para as festas de Natal e réveillon. É preciso que todos se mexam, ainda dá tempo, para criar um clima de festa na cidade. A tristeza, assim como os excessos irresponsáveis não vão nos salvar da pandemia. A covid 19 ainda é um risco sim, aliás, cada dia mais presente. Mas mesmo assim é possível ser alegre, sentir clima de festa numa cidade com mais luz, menos carrancuda, com vitrines e fachadas mais iluminadas. Só o que o governo fez na Praça da Liberdade é pouco. Muito pouco. A iniciativa privada, a população, precisam agir.

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