O que está acontecendo no Brasil e no mundo, está trazendo um novo olhar para os relacionamentos. Se antes as pessoas conversavam pela tela do computador, agora, a conversa é com os filhos, com a mulher, com o marido. Essa é a percepção do arquiteto e urbanista Bernardo Farkasvolgyi (foto), diretor geral da Farkalsvolgyi Arquitetura. A varanda, segundo ele, passou a ser um cômodo importante nas construções, que também precisam ser maiores pois, para atender a essa demanda, é preciso ter mais conforto, quartos maiores. O momento, segundo ele, é de repensar e recriar o conceito de moradia. Ele disse que na área comercial também haverá grandes mudanças e as lojas de rua voltarão a ter destaque. Farkasvolgyi trabalha com sete projetos de Mall abertos, voltados para a rua.
Revolução tecnológica
O responsável pelo setor comercial e inteligência de mercado da PADO, Nathan Bampi, também sente os efeitos dessa mudança e garante que a PADO passou por uma verdadeira revolução em termos de desenvolvimento de tecnologia, para atender a demanda da população por segurança, controle de acesso e integração tecnológica. A empresa tem a construção civil responsável por 10% de seu faturamento. Durante a pandemia, as vendas da empresa cresceram 120% em relação ao mesmo quadrimestre do ano passado. Só de fechaduras a empresa passou a vender de 8 mil para 15 mil peças por dia. Essa mudança nos hábitos das pessoas não se restringe só ao Brasil.
Ornare
A diretora executiva da Ornare, a empresária Esther Schattan, está em Nova York e em pelo menos uma coisa, ela vive uma realidade bem diferente da do Brasil: ela já pode andar pelas ruas da cidade sem máscara. Isso porque metade da população de Nova York foi vacinada. Mas Esther entende que a mudança no comportamento das pessoas não terá mais volta. Se antes elas gastavam o dinheiro em viagens, hoje, no seu entendimento, elas investem para arrumar a casa, a cozinha, o banheiro, abrem mais a janela. As pessoas, segundo Esther querem estar confortáveis e essa tendência é a mesma nos Estados Unidos, no Brasil e em Dubai, onde toda a população está vacinada. Outra tendência, segundo ela, é que as pessoas estão indo para longe do centro, em busca de mais espaço. Com tantos desejos, a Ornare tem movimentado a sua fábrica em Cotia, no interior de São Paulo para dar conta de toda essa demanda, em Belo Horizonte, São Paulo, Nova York ou Dubai. Ela lembra que antes da pandemia, São Paulo estava parada, decadente. Atualmente, está com muitos e grandes empreendimentos. Ela também comemora o fato de que as feiras estão de volta. Esther levará os móveis da Ornare para o Salão de Milão em setembro e aguarda a feira de móveis de Nova York em novembro. Daniela Chaves, responsável pelo showroom de Belo Horizonte, acrescenta que o mineiro é um consumidor exigente e mais difícil que os outros e durante a pandemia, buscou ter mais qualidade em casa.
