Os eventos pré-carnavalescos servem para “criar o clima” da festa, animando foliões e divulgando músicas e brincadeiras que estarão nas ruas e nos bailes em recintos fechados. Mas eles deveriam ser usados pela polícia, especialmente a Militar e também pelo Juizado de Menores, para treinamento de seu pessoal que estará no campo, durante os dias de Carnaval. A falta de treinamento resulta no que se viu na Praça Leonardo Gutierrez, na noite de sábado. Segundo relato de quem estava na praça totalmente lotada, a Polícia Militar chegou para dispersar a multidão e acabar com a festa que, provavelmente, ultrapassou o horário permitido. Chegou em formação de confronto (pelo menos uma bomba foi atirada), com cobertura de um helicóptero voando baixo, numa região densamente habitada e com prédios altos. Uma demonstração de força que surgiu resultado, com o rápido esvaziamento da praça, inclusive dos ambulantes que lá trabalhavam, mas que não demonstrou competência. Ao contrário, sinalizou despreparo para ligar com jovens que apenas se divertiam. Ao final da demonstração dos policiais restaram dúvidas quanto o motivo da ação. Para uns, foi para atender alguém com autoridade, que manda na PM e ela obedece. Para outros, o que aconteceu foi um engano provocado por algum defeito no GPS, fazendo com que os policiais confundissem a Praça Leonardo Gutierrez com a pracinha do Aglomerado da Serra, onde grupos rivais estão em guerra armada.