Eficiência punida por mesquinharia política

Não é algo que se podia prever, até por ser um ato de extrema mesquinharia esta guerra das vacinas que se implantou no Brasil. Não se justifica, num país que já registra quase seiscentas mil mortes pelo vírus, a penalização da eficiência de alguns estados e municípios que, por esforço próprio, conseguiram avançar na vacinação de seus habitantes, enquanto outros ´por ineficiência administrativa ou negativismo de seus dirigentes, seguem em passos de tartaruga na oferta de vacinas, colocando sob ameaça a saúde das pessoas. Reter em estoque milhões de doses de vacina sob a alegação de que é preciso equilibrar a distribuição para se obter um equilíbrio na imunização entre os estados e município, é algo que supera tudo o que se podia esperar da incompetência dos que têm a responsabilidade(?) de comandar o país. É inadmissível, por exemplo, que o Estado de São Paulo tenha que recorrer ao Supremo Tribunal Federal para que receba da União as doses de vacina a que tem direito, que não lhes são repassadas e mantidas nos depósitos por questões políticas. Não é possível que no país se continue a fazer política rasteira enquanto vidas são perdidas. É preciso que avancemos na apuração de tudo o que se relacione com os cuidados do governo com a pandemia. Há muito o que se apurar e isto fica muito claro com a campanha suja que se faz contra a CPI da Covid que está em andamento no Senado. Ouvir sujos falando de mal lavados chega a ser hilário. Acusar a CPI de não ter legitimidade por ter entre os seus membros notórios envolvidos com a Justiça, é desfaçatez. Ela é apenas uma parcela do perfil de nossas Casas Legislativas. E mais, os que fazem as acusações são os sujos que acusam os mal lavados, que só começaram a falar depois que os malfeitos foram se tornando conhecidos. É preciso que o trabalho de apuração siga adiante. Fiscalizar os atos do Executivo é das tarefas mais nobres do Legislativo, que não existe apenas para fazer leis e distribuir medalhas. (Foto reprodução internet)