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Zema lamenta equívocos que levaram ao descontrole da Covid

Paulo César de Oliveira
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Equívocos e erros do governo federal levaram o país à situação em que se encontra hoje, segundo disse ontem o governador Romeu Zema (foto), Novo, na live do Conexão Empresarial, evento promovido pela VB Comunicação. Zema diz ter tomado medidas extremas para conter o avanço da Covid-19 porque “o governo federal, lamentavelmente, falhou ao não encomendar vacinas e não levar a sério a questão da saúde. Houve certo menosprezo ao vírus e as pessoas estão pagando o preço”. Mesmo com Minas Gerais aparecendo no cenário nacional como o estado com a menor taxa de óbito, o governador lamenta o momento difícil no último mês. Março, segundo ele, teve o maior número de casos, óbitos e internações. O sistema hospitalar entrou em colapso, há uma falta generalizada de medicamentos, principalmente sedativos, oxigênio e de recursos humanos. A gestão da crise é difícil e tem uma sobrecarga gigantesca, segundo Zema, que só acredita na solução definitiva com a vacinação.

Estado arrasado

A pandemia da Covid-19 não foi a primeira crise enfrentada pelo governador Romeu Zema. Ele assumiu há pouco mais de dois anos com o estado quebrado financeiramente, chuvas devastadoras e o maior desastre ambiental do planeta, com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. “Pegamos o estado arrasado financeiramente e moralmente também”, frisou para os empresários que acompanharam ontem a live do Conexão Empresarial. Zema ressalta que nesse período pagou mais o 13º salário do funcionalismo público do que o governo anterior, que deixou de pagar o benefício, transferindo para a sua administração a responsabilidade de quitá-lo. Ele pondera que a questão financeira não é igual a uma faxina, que se resolve de um dia para o outro. Mas nesse período afirmou, tem trabalhado para que o setor produtivo não veja o Estado como um obstáculo. A meta é simplificar a parte tributária, principalmente para o produtor rural, os pequenos e microempresários. Zema disse que esses ajustes na legislação do Estado fizeram com que Minas batesse recordes na atração de investimentos. Segundo ele, enquanto o governo do PT atraiu R$ 26 bilhões em quatro anos, nos dois anos da sua administração, somam-se R$ 115 bilhões. O Estado poderia ter feito mais, mas segundo ele, depende da legislação federal. Além disso, o acordo com a Vale de reparação dos danos ao estado com o rompimento da barragem em Brumadinho, vai garantir a realização de obras rodoviárias, o rodoanel e outras obras. Houve também avanços na educação e na segurança pública e apesar de todas as dificuldades e restrições orçamentárias, Minas, segundo ele, tem feito boas melhorias.

Respondendo ao setor produtivo

Na conversa com representantes do setor produtivo na live do Conexão Empresarial, o governador Romeu Zema ouviu a reivindicação do presidente da Faemg, Roberto Simões, de que o estado precisa colocar no seu radar temas na área de infraestrutura, em especial investimentos nas ferrovias. Sem esses investimentos, Simões alerta que Minas Gerais ficará isolada. Ele também reclamou da falta de conectividade no estado. Um assunto que também preocupa o governador, que disse que tentou avançar nessa questão, mas não houve interesse das operadoras. Outra preocupação de Simões é em relação ao atendimento da Cemig, que já foi considerado exemplar e hoje representa perda para os produtores, devido as falhas no atendimento pelos desligamentos de energia. Para Zema, o problema da Cemig será resolvido com a sua privatização, mas admite que enfrenta resistência da Assembleia Legislativa e da população em relação a venda da estatal. O presidente da Usiminas, Sergio Leite, também fez algumas ponderações e mostrou preocupação em relação a pandemia, ao crescimento da economia do estado e ao início das obras do Rodoanel. O governador disse que em relação a obra, já está fazendo audiências públicas e tem alguns trechos já definidos e outros em discussão. Mas garantiu que em relação ao desenvolvimento, muitas das ações e mudanças no estado dependem das reformas administrativa e tributária, que tramitam no Congresso Nacional.

Preparado para a reeleição

Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas no governo de Minas, Romeu Zema, disse que está disposto a disputar mais um mandato. A velocidade no poder público é diferente no setor privado, muito mais do que ele imaginava. Mesmo que fique oito anos no governo, não dará tempo para fazer todas as mudanças necessárias. Segundo Zema, precisamos mexer na infraestrutura do Estado para torná-lo menos lento e complicado. O governador também respondeu a questões colocadas pelo presidente do Conselho do IBRAM, Wilson Brumer, e pelo presidente da Siamig, Mario Campos, que considera que o governador foi criticado injustamente na questão do aumento dos combustíveis no estado e fez algumas sugestões, que o governador pretende levar à sua equipe econômica. O CEO da Anglo American, Wilfred Bruijn, também falou do esforço que o Estado tem feito para conter a pandemia da Covid e da ajuda que a empresa pode dar nesse processo. A live com o governador Romeu Zema, evento, promovido pela VB Comunicação, teve o apoio do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, da Anglo American, Anglogold Ashanti, Drogaria Araujo, Grupo BMG, IBRAM, Líder Aviação, Mercantil do Brasil, Saint Andrews, SIAMIG, Sistema FECOMÉRCIO MG/ SESC / SENAC, Tostes & De Paula e Usiminas.

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