Cai o faturamento real e aumenta o desânimo na indústria mineira

O faturamento real da indústria recuou 10,52% em janeiro, comparado com dezembro, e o nível de emprego voltou a recuar, é o que mostra os dados da Pesquisa Indicadores Industriais(Index) divulgada ontem. Segundo o presidente do Conselho dePolítica Econômica da FIEMG, Lincoln Fernandes (foto), não há esperanças de melhores resultados em 2015. “Para este ano, temos “mais do mesmo”. A indústria continua perdendo participação na economia”, diz. O setor de veículos registrou a maior influência negativa no índice, apresentando variação negativa de 20,25%. O setor de produtos de metal apresentou a maior variação negativa (-51,24%). O emprego industrial apresentou recuo (-0,35%) em janeiro, comparando com dezembro. O setor de derivados de petróleo e biocombustíveis registrou a maior variação negativa (-18,57%). Desconsiderando os efeitos sazonais, o indicador decresceu 0,32%. O presidente do Conselho explica que as perspectivas são melhores para o setor sucroalcooleiro, com a expectativa de aumento do consumo de álcool, em função da subida do preço da gasolina e do aumento do percentual de mistura de etanol, e para o setor de açúcar, que deverá ter recuperação dos preços internacionais no segundo semestre deste ano. A indústria do vestuário mineiro também está entre as poucas que poderão usar a desvalorização do câmbio como estratégia para retomar a competitividade de seus produtos. “As empresas dos setores de calçado, couro e vestuário que investiram em agregação de valor, com design mais elaborado, devem apostar no mercado externo, enquanto as que trabalham com fibras sintéticas devem continuar enfrentando a concorrência chinesa”, pontua. Segundo o dirigente, o setor de alimentos deve seguir estável, enquanto a maioria dos grandes setores do estado – indústria de extração, siderúrgica e automotiva – devem enfrentar dificuldades, sem perspectivas de melhoras.