O mercado de trabalho é um dos últimos fatores econômicos impactados por crises. Tanto nas fases de recuperação, quando o crescimento do nível de emprego é o que demora mais para começar, quanto na crise em si, em que a situação de desemprego acaba aparecendo depois de confirmados os dados de inflação e de economia em queda. A avaliação é do economista da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Paulo Casaca (foto). Ele lembra que o empresário tem um custo alto quando decide demitir. “Ele não vai demitir um empregado se ainda existe possibilidade de a produção crescer e ele vir a precisar desse funcionário. O processo de contratação e qualificação de mão de obra no Brasil é muito caro. O empresário investe na mão de obra e acaba segurando ao máximo antes de se desfazer dela. Quando decide desempregar é porque não tem outra alternativa”, afirma Casaca, que também acredita em um quadro e números negativos na economia brasileira. “A tendência para este ano é de PIB negativo, produção física próxima de zero ou negativa, dependendo da situação da água e da energia, e inflação acima da meta”, prevê ele.