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Homenagem às mulheres

Paulo César de Oliveira
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Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Poderia ser qualquer dia, mas escolheram este 8 de março. Este dia marca a luta das mulheres mundo afora na sua busca por um espaço na sociedade. Espaço que é seu por direito, afinal, elas estão presentes no dia a dia de cada um de nós. A todas as mulheres nossas homenagens e, mais do que isto, nossa solidariedade e apoio na luta diária pela sobrevivência, pelo respeito e pelo reconhecimento de sua importância. O artigo que publicamos abaixo é da Pedagoga Docente da Fundação Logosófica de Belo Horizonte, Marise Nancy de Alencar (foto). Ele fala por nós.

 

Mulheres da minha vida

A primeira mulher da minha vida foi minha mãe, claro. Quando cheguei ao mundo, há mais de 40 anos, fui recebida com o carinho e os conhecimentos que ela tinha condições de me oferecer. Aprendi muito com ela: o valor do trabalho, a importância de se ter um nome honrado, a força para não desanimar mesmo quando tudo parece estar em pedaços. Devo a esta primeira mulher gratidão, amor e respeito. Outras foram aparecendo: minhas irmãs, minha avó, sogra, tias, primas, amigas, cunhadas, colegas de trabalho, chefes, vizinhas e minha filha. Tão diferentes, tão importantes, tão queridas. Poderia elencar os muitos valores que cada uma possui e que me fazem tão bem: a cumplicidade e a confiança das minhas irmãs, o sorriso e as pequenas atenções de minha avó, o cuidado em servir a melhor comida do mundo de minha sogra, os abraços de muitas tias queridas, o carinho das primas e das amigas, a dedicação e a responsabilidade de minhas colegas de profissão, o afeto, a companhia e a cumplicidade infinitas de minha filha; enfim, detalhes de cada uma dessas mulheres que marcam a minha vida e me ensinam a ser melhor. O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres que, há muito tempo, lutam por melhores condições de vida e trabalho. A ideia de celebrar o Dia da Mulher já havia surgido desde o início do século 20, e a data também é associada a dois fatos históricos: à manifestação das operárias do setor têxtil nova-iorquino, ocorrida em 8 de março de 1857 – segundo outras versões em 1908 – e ao incêndio de uma fábrica têxtil, ocorrido na mesma data e na mesma cidade. Sempre que se tem uma data prefixada para comemorar alguma coisa, penso sobre a necessidade de se ter um dia específico para tal feito. Seria mesmo necessário ter dia disso ou daquilo? É certo que, quando não existe um processo educativo construído, que favoreça a consciência do ser humano sobre algum assunto, muito pouco se pode esperar. No caso das mulheres, no entanto, com sua natureza tão marcante em nossas vidas, não é tão difícil perceber que sua sensibilidade e a inteligência estão presentes em todos os dias na vida familiar, na vida econômica, social, profissional, cultural e política. As conquistas históricas das mulheres refletem bastante esse quadro. Lá pelos idos de 1788, o francês Condorcet reivindicava os direitos de participação das mulheres no trabalho. Em 1840, Lucrécia Mott lutava pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos. Mais adiante, em 1862, durante as eleições municipais, as mulheres puderam votar pela primeira vez na Suécia. Em 1870, na França, as mulheres passaram a ter acesso aos cursos de medicina e, em 1874, surgia, no Japão, a primeira escola normal para moças. No Brasil, em 1932, foi instituído o voto feminino e o direito de voto e a eleição para cargos públicos. E o que podemos esperar das mulheres em 2015, 2016, 2017…? Como mulher, mãe, filha, neta, amiga, educadora, sinto que podemos ter muitas esperanças. Ao recordar as mulheres da minha vida, aquelas às quais fiz referência no início desse texto, fico convicta da força que temos nas mãos, na mente e no coração. Aprendi, já faz algum tempo, que tudo na criação cumpre um papel importante. E a nós, seres humanos, este papel vem carregado de tarefas, pois, afinal, temos a prerrogativa de evoluir, melhorar, superar as gerações que nos antecederam. Às mulheres cabem muitas coisas: aprender, ensinar, amar, cuidar do ambiente por onde passam, fazer com que as pessoas sintam-se felizes ao seu lado, trazer outros seres humanos a esta terra … e tantas coisas mais!… Sendo assim, pergunto: teríamos mesmo que ter uma data celebrar o Dia da Mulher? Refletindo melhor, se é ou não necessário se ter um dia especial para homenagear as mulheres, digo que sim. É mais uma oportunidade. Oportunidade para pensar, recordar, sentir e homenagear as mulheres de nossas vidas.

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