*Adversário da petista Dilma Rousseff nas eleições presidenciais, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ironizou ontem a decisão da presidente de indicar o economista e ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy (foto), de perfil conhecidamente liberal, para o Ministério da Fazenda. Para o parlamentar, a escolha de um profissional mais alinhado ao PSDB e que colaborou informalmente na campanha do tucano ao Palácio do Planalto é o equivalente a, em tempos de Guerra Fria, indicar um alto quadro da agência de inteligência dos Estados Unidos para trabalhar no então serviço secreto soviético.
*O juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, autorizou nessa terça-feira a CPI mista da Petrobras a ter acesso aos inquéritos que apuram a participação de nove empreiteiras em um megaesquema de fraudes em licitações e desvios na estatal petroleira. O pedido de compartilhamento das novas informações havia sido feito pelo presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), no último dia 17 de novembro. Desde maio, a CPI mista tem sido abastecida com as informações dos inquéritos que relatam detalhes dos desvios na Petrobras. Porém, as principais revelações, feitas em acordos de delação premiada pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, permanecem em sigilo, sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
*Do total de 1.157 cursos de Direito do país, 121 deles são controlados por três grupos educacionais: Anhanguera, Estácio e Kroton. A informação é de um levantamento feito pela Faculdade de Direito da Fundação Getulio Vargas que mapeou o ensino jurídico no Brasil. O levantamento mostra que 84% do total de cursos são oferecidos por entidades privadas. Destes, 524 (54%) são ministrados por instituições sem fins lucrativos, e 451 (46%) pelas que visam lucro, como é o caso dos três gigantes do ensino superior. Os pesquisadores dedicaram um capítulo do relatório para fazer um estudo de caso sobre essas companhias, que têm ações negociadas na Bovespa e dever de obedecer às regras de mercado fixadas pela Lei das Sociedades por Ações e pela Comissão de Valores Mobiliários. Segundo o professor José Garcez Ghirardi, coordenador do levantamento, a busca pelo lucro “não necessariamente afeta a qualidade dos cursos”.