Inspirada nos Eclesiastes, a jornalista e escritora Márcia Peltier (foto/reprodução internet) reflete sobre os períodos da vida e propõe um mergulho na existência humana, nas suas experiências e escolhas que fez ao longo da vida, em um livro “sobre os tempos internos por que a gente passa”. A obra também abre um novo selo da editora Rocco dedicado à reflexão, à fé e ao acolhimento. Esse é o 10º livro de Márcia Peltier, que se enveredou por esse caminho com Poetica (mente)- vida e sobrevida de um poeta, em um momento, segundo a escritora, muito específico da sua vida.
Esse é o seu 10º livro. Ele é mais intimista?
Fiz um livro para refletir sobre os tempos internos que a gente passa pelos períodos da vida e me inspirei no Eclesiastes, que é para mim, um grande ensinamento. Eu adoro ler os salmos, porque eu acho que você vê todas as reações humanas ali. Todas as virtudes, todos os defeitos. Eu queria entender também, porque na vida a gente não está sempre no mesmo momento. Não estou falando de idade, eu estou falando de momentos internos, de coisas que você passa, que você tem que superar e as escolhas que o destino lhe traz. Então, é um livro reflexivo nesse sentido, para que a gente possa encontrar melhor os nossos caminhos.
Para quem vem do jornalismo, que viu tantas coisas boas, tantas coisas ruins, é uma visão desse tempo?
Eu acho que tem sim. Tudo faz parte, não é porque o livro é um reflexo das coisas que eu fiz e que eu penso. Mas eu não falo sobre jornalismo no livro. É um livro de reflexão, existencial. Mas é lógico que as experiências que você carrega influenciam tudo, especialmente na pessoa que você se torna.
É mais fácil ser jornalista ou ser escritora?
Acho que não tem nada fácil na vida, não é? Tudo, a gente precisa fazer com dedicação, com paixão, com afinco. É sempre trabalho. Adorei toda a minha vida profissional. Eu tenho muito orgulho dela, foi muito gratificante em vários momentos. Mas agora eu estou mais dedicada às mídias sociais que eu tenho, com meus seguidores e ao lançamento desse livro. Porque o livro é como um filho. Você coloca no mundo e ele tem um caminho dele.
Além de escritora, você é uma mulher do mundo digital. É uma visão diferente da jornalista? Passar de veículo para as redes sociais?
Eu acho que as redes sociais são muito importantes para o mundo, porque ela centralizou a informação. Se por um lado, antigamente você tinha que recorrer às mídias tradicionais para saber o que estava acontecendo no mundo, hoje em dia, você entrando nas redes sociais, você tem liberdade de ver e ter multiplicidade de assuntos e de escolher o que você também quer ver. Então tem um lado lógico extremamente positivo nessa democratização do acesso à comunicação. Mas tem também seus excessos. Eu sou uma pessoa que gosta de mídia social. Eu leio também muitos sites internacionais e acho que essa entrada no mundo digital foi muito positiva.
É mais fácil mostrar o seu trabalho como escritora nas redes sociais?
Eu acho que a gente ganha um público nas redes sociais. Tem os seus seguidores e certamente essas pessoas acabam sendo potenciais leitores da sua obra. Acho que é o que acontece, de uma maneira geral, para todo mundo que tem mídia social e lança livro. Então eu acho que é extremamente positivo.
Dos seus livros, qual o que mais te impactou?
É difícil. O meu primeiro livro eu lancei em 1985 que se chama “Vida e sobrevida de um poeta”, pela editora Nova Fronteira. Foi um momento muito específico da minha vida. Eu tinha perdido a minha terceira filha bebê e comecei a escrever para me comunicar. Eu sempre escrevi, desde garota eu escrevia. Lancei esse primeiro livro pela Nova Fronteira e a partir daí foram vindo outros. Então esse livro para mim foi muito importante. Como agora está sendo “Os tempos do destino”, pela editora Rocca, que lançou um selo comigo. A Rocco fez um novo selo de livros filosóficos, livros espiritualistas, de filosofia, inspiracionais e lançou essa Linha Nova comigo . É o primeiro lançamento da Rocco nessa linha e eu estou muito feliz com isso. O livro está na Amazon, também está no site da editora Rocco, está nas livrarias de todo o país. Está sendo um lançamento muito cuidadoso por parte da editora e estou muito feliz, muito satisfeita com o trabalho que eles estão fazendo. E o livro ficou lindo. O último livro é aquele que está mais perto de você, vamos dizer assim, está mais no seu coração.
É um livro que te leva muito à religiosidade?
É um livro que fala sobre a busca do sentido de vida e traz muito a espiritualidade para perto. Eu acho que é um livro que fala nesse sentido de que eu, por exemplo, eu sou católica praticante, mas é um livro que eu não falo sobre o catolicismo, não tem nada disso. Eu falo sobre experiências internas, de vivências, que levam a uma reflexão, e quem é o bem maior? A presença na nossa vida, uma presença divina.