Na avaliação do ministro, quem conduz investigações na Polícia Federal não pode “partidarizar” os trabalhos. “É exatamente para verificar se houve alguma dimensão de atuação que fira a ética que a Polícia Federal fará uma apuração da conduta desses agentes policiais. Se, evidentemente, for comprovada alguma ilegalidade ou ofensa à ética, medidas serão tomadas. Caso contrário, por óbvio, não há que se falar em punições”, afirmou. De acordo com o ministro, todo cidadão pode se manifestar livremente, e “pouco importa” se é favorável ao governo. Mas, na avaliação de Cardozo, os delegados precisam ser imparciais. Para ele, os trabalhos não podem ser conduzidos a partir dos pontos de vista pessoais. “Eu acredito que nós devemos ter uma peça para verificar a conduta que foi adotada no caso. Se a conduta legal foi respeitada, se não houve crença do delegado passada para a investigação, se a investigação não foi partidarizada, não há, obviamente, o que se falar. Caso contrário, medidas têm que ser tomadas para que a investigação tenha seu curso legal”, completou. Ao defender imparcialidade dos responsáveis por conduzir os trabalhos da operação Lava Jato, Cardozo afirmou ter pedido ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello (foto), que conduza a apuração para garantir que não ocorra “nenhuma nulidade” na Lava Jato em função das opiniões pessoais dos responsáveis pelos trabalhos.