A Deliberação Normativa número 49, que estabelece as diretrizes e critérios gerais para a definição de situação crítica de escassez hídrica e de restrição de uso água em Minas Gerais, publicada no Diário Oficial do Estado, vem provocando uma série de questionamentos. Durante seminário sobre água realizado na Fiemg, ontem , o gerente de Meio Ambiente da federação, Wagner Soares Costa (foto), enfatizou que é preciso definir a ideia da linha de base: “Qual é base que eu vou considerar que estou com consumo excessivo? É de ontem, de 2014 ou dos últimos três anos? A sobretaxa vai aumentar o interesse em reduzir o consumo de água, mas se não tiver uma linha de base definida a empresa que já vem implantando a redução será penalizada”, destaca Costa. Ele defende a ideia de que o percentual de redução deve ser discutido setorialmente. Como exemplo, Costa cita a indústria frigorífica onde a lei sanitária obriga a utilização de 800 litros de água por carcaça. O mesmo acontece com os abatedouros onde se deve gastar 30 litros de água por frango abatido. “Este setor, por exemplo, tem uma norma que o obriga a utilizar tal quantidade de água. Se tiver que reduzir como vai fazer? Quero ressaltar que não somos contra estabelecer a meta de redução, mas este percentual tem que ser diferente conforme o setor”, disse Costa.
Como sempre, as pequenas terão muitas dificuldades
O grande problema da meta em reduzir 30% do consumo de água, segundo Wagner Costa, acontece com as pequenas empresas. Apesar de estarem consciente sobre a questão hídrica, é preciso que esta tenha fluxo de caixa para investir em tecnologia para reduzir o consumo. Se não tiver vai fazer pequenos ajustes. “O que falta para pequenas empresas é um recurso financeiro que dê a possibilidade para que ela tenha um investimento inicial sem prejudicar seu fluxo de caixa. Para uma pequena empresa a dificuldade em não ter divida é grande. Estas estão conscientes, mas têm investido no que é possível”, comenta Costa. No caso de grandes empresas, ele destaca a estatística que mostra que o setor de siderurgia já reutiliza 85% da água que gasta, a mineração (tão execrada) 80% e o setor têxtil 60%.