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O comércio varejista toma um tombo em seu melhor período

Paulo César de Oliveira
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Apesar de ser um mês em que tradicionalmente há aumento das vendas devido às comemorações natalinas, o comércio varejista fechou o mês de dezembro do ano passado com queda expressiva, em relação a novembro do mesmo ano, tanto no volume de vendas quanto na receita nominal. A receita nominal é calculada sem levar em conta a inflação do período. Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, em dezembro de 2014, em relação a novembro, na série com ajuste sazonal, o comércio varejista do país apresentou quedas de 2,6% no volume de vendas e de 2,4% na receita nominal. Ajuste sazonal é um acerto feito pelos técnicos para compensar números que variam de acordo com a estação. Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio em ambos os casos foram os primeiros resultados negativos após quatro meses consecutivos de crescimento. Em relação a dezembro do ano anterior, o volume de vendas variou 0,3% e a receita, 6,0%. No acumulado do ano, o volume foi a 2,2% e a receita, a 8,5%. No comércio varejista ampliado, a variação sobre o mês anterior, com ajuste sazonal, foi ainda pior: quedas de 3,7% tanto para o volume de vendas quanto para a receita nominal. No primeiro caso, o volume de vendas voltou a ser negativo depois de três meses de crescimento e, em relação à receita, depois de cinco meses consecutivos positivos. Na comparação com o ano anterior, o volume de vendas também teve variação negativa (-2,2%) sobre dezembro de 2013, mas a receita nominal subiu 3%. No acumulado do ano, o volume de vendas mostrou recuo (-1,7%), enquanto a receita nominal elevou-se em 3,9%.

  

Juros altos e inflação explicam queda de vendas em BH

Em Belo Horizonte o comércio varejista mostrou a mesma tendência de redução de suas atividades. O setor encerrou o ano de 2014 com aumento de 2,08%. “O desempenho foi sustentando pelo bom momento do mercado de trabalho com a redução da taxa de desemprego”, disse o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Bruno Falci (foto). Entretanto, na comparação com os últimos oito anos, o varejo registrou em 2014 o menor crescimento do período. Para o presidente da CDL/BH, o resultado é reflexo da combinação inflação e juros altos, que acabou corroendo a renda dos belo-horizontinos. “Com o aumento do nível dos preços muitos consumidores acabaram reduzindo suas compras, comportamento que implicou na desaceleração do consumo, e, consequentemente, do comércio”, explicou. Para este ano a CDL/BH projeta crescimento de 1,0% a 1,5% no comércio varejista da cidade. 

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