A máquina pública avança como um rio que perdeu margens: as concessões do Benefício de Prestação Continuada (BPC), por decisão judicial, já somam 15,5% dos pagamentos, pressionando um orçamento federal, que vive de déficits em série. O presidente Lula lamenta a explosão de ações e beneficiários, mas, em quase três anos, não apresentou saída imediata para conter o gasto. O programa sustenta 6,5 milhões de pessoas a um custo mensal de R$ 9,9 bilhões, um milhão delas entrou pela porta dos tribunais. É um benefício vital de um salário-mínimo a idosos vulneráveis e pessoas com deficiência, mas cuja expansão, guiada por sentenças, revela um país onde a carência social e o ativismo judicial se entrelaçam, reescrevendo o orçamento à revelia do Executivo.











