A oposição no Congresso demonstrou ceticismo em relação ao ajuste gradual anunciado pelo futuro ministro da Fazenda Joaquim Levy. O sucessor do atual ministro Guido Mantega afirmou que o governo irá buscar uma meta de superávit primário de 1,2% do PIB no próximo ano e de “não menos que 2%” em 2016 e 2017. “Há uma virada em relação ao tom do discurso de campanha, sem dúvida alguma, resta saber se é consistente. Joaquim Levy irá andar no fio da navalha”, afirmou o senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB-SP) (foto), líder da bancada na Casa e candidato a vice na chapa presidencial derrotada encabeçada por Aécio Neves. “O maior inimigo do novo ministro será o próprio PT. Perto do que o PT fará com ele, a nossa oposição será suave”, comentou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), líder do partido na Câmara. Segundo Aloysio (foto), “a própria Dilma disse no passado que uma meta plurianual de superávit primário era uma proposta rudimentar”, em uma referência à proposta feita, em 2005, pelo então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que institucionalizava a política fiscal superavitária do governo. “O que temos por enquanto no Congresso é uma proposta para ser votada eliminando a menção ao superávit primário este ano, como forma de se escapar de sanções legais no futuro”, disse o senador. Na próxima semana, o plenário do Congresso deve votar a proposta de alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que elimina a menção à meta de superávit em 2014.