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Um déficit histórico em nossas transações correntes

Paulo César de Oliveira
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O Brasil registrou, em outubro, um déficit de US$ 8,1 bilhões em suas transações correntes com outros países, informou, nesta ontem, o Banco Central (BC). Foi o maior rombo para meses de outubro da série histórica. Com mais esse resultado negativo, o déficit acumulado no ano soma US$ 70,7 bilhões. O déficit previsto pelo próprio BC para o mês era menor, de US$ 6,6 bilhões. Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o resultado negativo pode ser atribuído ao comportamento da balança comercial, que ficou US$ 1,2 bilhão no vermelho. Segundo Maciel, esse comportamento da balança decorre das exportações, que embora tenham apresentado estabilidade em volume, “apesar de um menor crescimento global”, têm registrado queda significativa de preços. De janeiro a outubro, o preço dos produtos vendidos pelo país caiu 4,2% em comparação com igual período do ano passado. O minério de ferro, por exemplo, recuou 20% neste ano.  Em 12 meses, a diferença entre o que país gastou e o que recebeu, nas transações internacionais relativas a comércio, serviços, rendas e transferências unilaterais, alcançou US$ 84,4 bilhões, o equivalente a 3,73% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária. Tal percentual é o maior elevado desde fevereiro de 2002 (3,94%). Nos 12 meses findos em setembro, o déficit era de US$ 83,4 bilhões ou 3,68% do PIB.

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