A ex-modelo Carla Bruni, esposa do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy (foto/reprodução internet), usou suas redes sociais com mais de um milhão de seguidores para republicar carta que o marido dirigiu ao povo francês. Sarkozy chegou na prisão de La Santé, em Paris, nesta terça-feira, acompanhado de Carla, para cumprir a pena de cinco anos decretada pela Justiça francesa.
Na publicação, cujo primeiro parágrafo diz “Enquanto me preparo para cruzar os muros da prisão de La Santé, meus pensamentos se voltam para o povo francês de todas as condições e opiniões”, Sarkozy reafirma sua inocência e diz que sente “uma profunda dor pela França.” Segundo o texto, a verdade prevalecerá, “mas o preço a pagar terá sido esmagador.” Desde a condenação do ex-presidente Carla Bruni demonstra total apoio ao marido. Após a leitura do veredito, em setembro de 2025, ela arrancou e jogou no chão a espuma do microfone do site de notícias Mediapart, o primeiro a divulgar as alegações de financiamento ilegal da campanha de Sarkozy. Também tem publicado canções dedicadas ao marido.
Da Élysée à cela — quem diria?
Quem diria — Nicolas Sarkozy, o homem que já ocupou o palácio do Élysée, agora ocupa uma cela em La Santé. Condenado a cinco anos por conspirar no financiamento de sua campanha com dinheiro da Líbia de Kadhafi, torna-se o primeiro ex-presidente francês a sentir o frio do ferro da prisão. Ele nega tudo, apela da decisão e, enquanto aguarda, promete transformar a cela em escritório literário. O caso é uma ferida aberta na política francesa — prova de que, por lá, a Justiça não teme o poder. Para uns, é expiação tardia; para outros, perseguição travestida de moralidade. De todo modo, Sarkozy virou símbolo incômodo: lembrança viva de que o poder passa, mas as faturas chegam.