Está em curso uma nova guerra fria: a digital, travada entre Estados Unidos e China pela venda das operações do Tik Tok – aplicativo chinês – ao país norte-americano. A plataforma já ultrapassou 2 bilhões de downloads e não é só um fenômeno cultural, mas uma ferramenta estratégica: ela é capaz de reter a atenção de jovens, mas, principalmente, capaz de promover coleta de dados em escala global. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que conversará com o presidente chinês Xi Jinping (foto/reprodução internet) na sexta-feira (19) e deu sinais de que pode articular um acordo em torno do TikTok, que há anos é alvo de disputa entre Washington e Pequim.
Se houver avanço nesse acordo, o mundo estará assistindo a um raro momento de trégua tecnológica entre os dois países, ao mesmo tempo que qualquer concessão poderá ser considerada uma fragilidade: Trump – que já prorrogou por quatro vezes os prazos de negociação – pode ser acusado de ceder em troca de ganhos políticos imediatos e Xi Jinping de abrir mão de um ativo estratégico. Nesta batalha, a munição vem por meio de cliques.