A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) contesta a informação divulgada pela Fundação João Pinheiro (FJP) de que o setor agropecuário teria sido o principal responsável pelo decréscimo de 1,1% do PIB mineiro em 2014. A entidade se baseia em estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP, realizado com metodologia mais ampla, que revela que o agronegócio teria de fato apresentado crescimento de 7,51% no período.O PIB do Agronegócio de Minas Gerais é calculado mensalmente pelo CEPEA/USP, com apoio da FAEMG, do SENAR MINAS e da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Enquanto a FJP considera apenas a produção rural, o Cepea analisa toda a cadeia produtiva, dos insumos à agroindústria e a distribuição. Para a coordenadora da Assessoria Técnica da FAEMG, Aline Veloso (foto), as perdas na agricultura em função da seca afetaram o desempenho do setor, mas foram compensadas por outros segmentos: “Apesar da estiagem, o bom desempenho da pecuária, em especial do boi gordo, e da agroindústria, dentre outros, puxaram o PIB do agronegócio para cima. Seguraram tanto a contribuição positiva para o estado como aumentaram a participação do agronegócio mineiro no nacional. A avaliação de desempenho do agronegócio não pode se encerrar da porteira para dentro”.
Agronegócio mineiro gerou R$ 162,9 bilhões em 2014
O PIB do Agronegócio Mineiro considerado para 2014 foi de R$ 162,943 bilhões. Desse valor, estima-se que R$ 77,380 bilhões (47,49%) venham da agricultura e R$ 85,563 bilhões (52,51%) da pecuária. O índice do setor fechou com crescimento de 7,51% no acumulado do ano. Dessa forma, Minas Gerais apresenta avanço em sua participação no PIB do agronegócio nacional, estimada em 13,8%. O desempenho positivo foi impulsionado principalmente pela pecuária, ao longo de 2014, encerrando o ano com alta de 17,42%. Por outro lado, a agricultura conservou a baixa de 1,67%. A pecuária representou 52,51% do agronegócio em Minas e registrou aumento mensal de 1,23%. “Tivemos aumento consolidado dos preços da pecuária de corte em função de menor oferta e aumento das exportações. Outro fator foi a seca que atingiu o estado a partir de 2013, prejudicou as pastagens e o desenvolvimento dos bezerros”, analisa Aline Veloso.