A Kroton pensa em se desfazer de todo o negócio de ensino a distância (EAD) da Estácio para obter aval antitruste para a maior aquisição do setor educacional do país. O negócio de EAD da Estácio, que inclui a Uniseb e outras marcas, parece ser a melhor opção de venda de ativos para não comprometer os objetivos do acordo Kroton-Estácio, analisam os dirigentes da instituição. Qualquer eventual proposta ainda terá que ser discutida em detalhes com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Vender as marcas tiraria do grupo combinado, tido como a maior empresa de educação do mundo por valor de mercado, cerca de 7% das receitas com EAD da Estácio e aproximadamente 100 mil alunos. Kroton e Estácio também podem se comprometer a não fazerem novas matrículas online por um período determinado, caso a venda de ativos não seja suficiente. As duas empresas estão tentando mostrar ao Cade que estão trabalhando efetivamente para evitar uma concentração excessiva de mercado com a fusão, garantem os dirigentes das instituições. Os esforços da Kroton vêm em um momento em que concorrentes, grupos de defesa dos consumidores e reguladores concentram atenções sobre a fusão, que pode criar uma gigante com 10 vezes mais estudantes matriculados do que a rival mais próxima. Em termos de alunos EAD, a Kroton-Estácio poderia ser até 28 vezes maior que a unidade local da norte-americana Laureate Education. A Kroton entregou ao Cade a documentação sobre a compra da Estácio em 31 de agosto. O Cade tem até maio para decidir sobre a transação.