“O Brasil vai crescer! Mas é preciso inovar”. A frase, que encerrou a palestra (da ADCE-MG) do especialista em gestão organizacional, o engenheiro Raimundo Godoy, sócio do Instituo Áquila, deu o tom que os brasileiros precisam adotar nas conversas e atitudes neste momento de crise a qual o país vivencia. Se quis passar otimismo, Godoy conseguiu oferecendo à plateia uma bela explanação de momentos econômicos importantes que o Brasil passou, da atual conjuntura e como transformar o problema em oportunidade. Sem clichês, o especialista pincelou condutas que as empresas/pessoas devem tomar para darem prosseguimento em seus negócios. “As empresas precisam cuidar do seu lastro senão não conseguem sobreviver. Muitos erram ao cuidar da economia, mas se esquecem do financeiro”, disse o especialista. A solução para um país melhor, em sua avaliação, está na educação e investimento em tecnologia: “Como empreendedores, precisamos aprender a investir em tecnologia. É buscar onde está o conhecimento”, enfatizou Godoy. Ele cita, como exemplo, o projeto de transposição do Rio São Francisco onde já se gastou milhões e nunca saiu do papel. “Enquanto países como Israel detêm tecnologia e já estão aproveitando a água do mar, o Brasil quis o caminho mais curto o que não funcionou. Poderia ter investido em tecnologia”, lamenta o engenheiro. Para o especialista gerenciar é enfrentar problemas e sempre ter tolerância zero com erros do passado. “Vamos ser criativos e cometer erros novos”, pontua. O Brasil passa por uma crise a cada 20, 30 anos e quando vem a crise, a hora é de refletir. O engenheiro fez ainda um alerta, que os mais atentos já estão percebendo: “Nossa grande ameaça são os chineses. Nossas empresas, hoje, valem muito pouco. Países como Colômbia e Peru já acordaram quanto a isso e estão se mobilizando. Senão ficarmos atentos aos chineses vamos perder tudo que já conquistamos”, comenta o engenheiro.
Os bons exemplos em países vizinhos
Recém-chegado de viagem que fez ao Uruguai e Argentina, o presidente da Associação de Dirigentes Cristãos no Brasil e Uniapac América Latina, Sérgio Cavalieri, comentou em conversa duas ações de efeitos que as ADCE’s estão fazendo. No Uruguai, a associação começou a trabalhar, por meio de jogos direcionados a estudantes do ensino médio, questões como ética, meio ambiente, cidadania. E na Argentina, a entidade criou o Fórum de Convergências. Por meio do fórum, 70 setores diversos estão chamando cada um dos candidatos às eleições para ouvir suas propostas. “Os empresários não querem mais interferências do governo que está impedido o crescimento do país”, destacou Cavalieri. Ele, juntamente com Sérgio Frade, presidente da ADCE-MG, chamam atenção do tema que vai direcionar o Congresso Mundial da entidade, que pela primeira vez acontecerá no Brasil e será em Belo Horizonte. “Os problemas do Brasil são grandes, mas as possibilidades são imensas. Precisamos unir os setores para encontrar uma solução”, destaca Cavalieri. Para Frade, o Brasil é uma nação que carece de muitos empreendimentos, em especial na infraestrutura que pode ser o alavancador do desenvolvimento que necessitamos. “Mantemos a esperança de que os líderes políticos e empresariais encontrem os caminhos necessários para reestabelecer o crescimento sustentável”, destaca Frade.