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Os recordes negativos da indústria automotiva

Paulo César de Oliveira
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A produção de veículos caiu 14,5 % em abril, na comparação com março. Segundo balanço divulgado ontem (7) pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram fabricados no mês passado 217,1 mil unidades, enquanto em março a produção chegou a 254 mil veículos. Em relação a abril do ano passado, quando foram montadas 277,1 mil unidades, a queda corresponde a 21,7%. No acumulado dos primeiros quatro meses de 2015, foram produzidos 881,7 mil veículos, 17,5% menos do que de janeiro a abril do ano passado. No mesmo período de 2014, a fabricação chegou a 1,068 milhão de unidades. Na comparação com o mesmo período de 2014, as vendas de veículos caíram 24,6% em abril deste ano. De acordo com o levantamento da Anfavea, foram licenciadas 243,5 mil unidades em abril de 2014, contra 183,7 mil no mesmo mês deste ano. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano a queda nas vendas é 17,8%. De janeiro a abril de 2014 foram vendidos 904,6 mil veículos. No mesmo período de 2015, 743, 6 mil unidades foram comercializadas. O total de postos de trabalho na indústria automotiva caiu 9,5% em abril deste ano em relação ao mesmo mês de 2014. Em abril do ano passado o setor empregava 154,1 mil pessoas e neste ano, o número de postos de trabalho ficou em 139,5 mil. Em relação a março, a queda no nível de emprego é 0,9%.

 

Anfavea está vendo o fundo do poço

Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan (foto), o pior momento para a indústria automotiva brasileira neste ano já passou. Segundo ele, o crescimento de 8,2% na média diária de vendas de veículos novos em abril ante março é um “sinal claro” de que o período de maior turbulência no mercado já foi superado. Em todo o mês passado, foram comercializados 219,3 mil automóveis, comerciais leves caminhões e ônibus, o equivalente a uma média diária de 11,540 mil unidades, considerando 19 dias úteis. Essa média é 8,2% maior do que a registrada em março (10,665 mil unidades em cada um dos 22 dias úteis). Levando em consideração o volume total de cada mês, os emplacamentos de veículos novos caíram 6,6% em abril ante março. “Esse crescimento de 8,2% na média diária é um sinal claro para nós de que o período de maior turbulência no mercado passou”, afirma Moan. No ano, contudo, as vendas totais de veículos acumulam queda de 19,2%, enquanto a produção tem retração de 17,5%. De acordo com o setor estatístico da Anfavea, em ambos os casos, trata-se do pior resultado acumulado desde 2007. O presidente da Anfavea se mostrou otimista em relação à aprovação do ajuste fiscal tocado pelo governo. Ele prevê que todas as primeiras medidas devem ser aprovadas até o próximo mês, o que traz perspectivas positivas para o setor automotivo. “Tenho convicção de que o ajuste será aprovado. Quando isso acontecer, saberemos as regras do jogo e poderemos trabalhar com maior eficácia”, disse.

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