O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Côelho (foto), afirmou nesse domingo (16) que a presidente Dilma Rousseff precisa pedir desculpas ao Brasil. Em nota, ele diz que Dilma apresentou na campanha eleitoral uma realidade econômica inexistente. “É chegada a hora de revelar esse engano, assumir os equívocos e conclamar a união da sociedade brasileira para a superação da crise ética, política e econômica”, afirma. Em sua opinião, esse gesto é importante na retomada da governabilidade do país e para a estabilidade institucional. O presidente da OAB pede também que o diálogo com a sociedade seja permanente e não apenas em momentos de crise. “Diálogo de verdade se faz com quem pensa diferente, e não apenas com os apoiadores. É preciso saber ouvir as críticas”, complementa. Ao criticar, ele afirma: “Melhorar os gastos públicos é a primeira tarefa desta retomada de governo”.
A íntegra de uma dura nota
“A presidente Dilma Rousseff necessita pedir desculpas ao Brasil. Ela apresentou na campanha eleitoral uma realidade econômica inexistente. É chegada a hora de revelar esse engano, assumir os equívocos e conclamar a união da sociedade brasileira para a superação da crise ética, política e econômica. Esse necessário gesto de sinceridade da presidente, que demonstrará humildade e amadurecimento político, apresenta-se como um fator importante na retomada da governabilidade do país e para a estabilidade institucional. Além disso, o diálogo com a sociedade deve ser permanente e não apenas em momentos de crise. O Brasil é um país muito complexo e diversificado para um governo a quatro paredes. Dialogar significa não apenas fazer propaganda política, mas, efetivamente, ouvir as sugestões e decidir o melhor a partir da troca de ideias e experiências. Diálogo de verdade se faz com quem pensa diferente, e não apenas com os apoiadores. É preciso saber ouvir as críticas. Por exemplo, a população estava certa em 2013 quando disse que os bilhões dos estádios de futebol deveriam ter sido utilizados na construção de hospitais e escolas. Melhorar os gastos públicos é a primeira tarefa desta retomada de governo. Havendo sinceridade, sem números maquiados, olho no olho, o povo brasileiro estará disposto a contribuir com a superação desta crise ética, econômica e política.