A projeção de instituições financeiras para a inflação este ano subiu pela 11ª semana seguida. Desta vez, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 10,33% para 10,38%, de acordo com dados do boletim Focus, divulgado nessa segunda-feira. O boletim é uma publicação semanal do Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para indicadores econômicos. Para 2016, a estimativa para o IPCA segue em 6,64%. No boletim da segunda-feira passada (23), a projeção ultrapassou pela primeira vez o limite da meta, 6,5%. O centro da meta de inflação é 4,5%. Por conta das indefinições e alterações na política fiscal do governo, o BC espera que a inflação fique na meta somente em 2017.Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC disse que as indefinições e alterações significativas na meta fiscal mudam as expectativas para a inflação e criam uma percepção negativa sobre o ambiente econômico. Antes de adiar o objetivo de levar a inflação ao centro da meta, o Copom elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes consecutivas. A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 10,90% para 10,91%, este ano. Para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a estimativa subiu de 10,38% para 10,77%, em 2015.A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) permanece em 10,32%, este ano. A projeção para a alta dos preços administrados passou de 17,43% para 17,50%, este ano, e 7% para 7,08%, em 2016.A inflação alta vem acompanhada de encolhimento da economia. A projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, este ano, passou de 3,15% para 3,19%, no segundo ajuste consecutivo. Para 2016, a projeção de retração passou de 2,01% para 2,04%, no oitavo ajuste seguido. Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter uma queda de 7,5%, este ano, e de 2,3% em 2016. A projeção para o dólar permanece em R$ 3,95, ao final deste ano, e em R$ 4,20, no fim de 2016.