Ele já havia mudado o comportamento político brasileiro, ao trazer à tona temas polêmicos engavetados pela classe política, por pura covardia, ao longo dos anos. Ao tomar a decisão pessoal de romper com o governo, Eduardo Cunha (foto) apenas sacramentou o papel que já vinha exercendo. Fazendo a agenda seguir o seu leito natural, decide sobre as pautas que devem ser votadas e vai botar mais pressão em cima de um governo que definha a olhos vistos. Já pararam para pensar se ele decide tocar ou não tocar o projeto para repatriação de recursos de brasileiros no exterior, cujo cálculo ronda os 250 bilhões de dólares? Para quem ainda não sabe do que se trata: com o claro objetivo de reforçar o caixa da União, o governo Federal apoia a olhos vistos o PLS 298/15, do senador Randolfe Rodrigues, que objetiva a repatriação de recursos, mediante anistia em relação aos crimes de evasão de divisas e sonegação fiscal. O texto teve parecer favorável do relator na CCJ, senador Delcídio Amaral, para quem a proposta é “extremamente benéfica” para os interesses tupiniquins.