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A hora está chegando. É preciso juízo

Paulo César de Oliveira
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Entramos na semana definidora do processo de impeachment da presidente Dilma. Hoje a Comissão Especial se reúne para ouvir personalidades indicadas pelos que desejam o impedimento. Amanhã será a vez de personalidades contra. Na que quarta o relator Antonio Anastasia que vive momentos de intensa contestação, lerá seu relatório. Quinta é dia de debate que continuam na sexta-feira, quando então a comissão decide se aprova ou não o relatório. Na semana que vem, finalmente, o plenário do Senado decidirá se Dilma será ou não afastada do poder pelo prazo de andamento do processo. Se verdadeiras as sinalizações, teremos, daqui a dez dias, um novo presidente. Este é o fato. A questão agora é saber como viverá o país até lá e depois da decisão. Há ameaças de manifestações violentas contrárias ao impeachment. Gente dizendo que vai “tocar fogo no país”. Blogueiros famosos, com gordos anúncios oficiais, instigando a violência com frases do tipo “ o pau vai quebrar no país inteiro” e promessas de resistências dos petistas, inclusive da presidente Dilma que, junto aos seus pares, insiste na tese do golpe. Acusam todos, mirando mais em Eduardo Cunha e em Michel Temer (foto) como se fossem eles, os causadores de todos os problemas do governo. Bravatas trombeteadas de cima e de fora de palanques, não chegam a assustar. Alguns mais entusiasmados, ou com motivações especiais vão, sim, criar problemas, fazer barulho. Nada, porém, que mude o destino dos votos dos senadores que são contra e a favor do impedimento. Danos muito maiores ao país quem pode causar é o próprio governo que reclamava das “pautas bombas” no Congresso –projetos que se aprovados causarão sérios problemas aos cofres públicos- e que ontem, no palanque anunciou e explodiu bombas orçamentárias. O reajuste nos benefícios do “Bolsa Família”, aumentos futuros na tabela do Imposto de Renda e o aumento das metas do Minha Casa, minha Vida, bondades que se destinam muito mais a comprometer o próximo governo do que atender a interesses sociais. Aliás, ontem também o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também em via de perder o mandato, anunciou um aumento de 30% no salário mínimo, no décimo segundo reajuste nos últimos três anos. Muito mais do que ameaças de manifestantes remunerados, preocupam atos de governantes em desespero. O momento é de calma. De manifestantes, dos dois lados, e de governantes e futuros governantes de outro. Fazer marola só atrapalha.

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