A nova pesquisa AtlasIntel/Bloomberg revela um movimento que o governo preferia não enxergar: a desaprovação do presidente Lula (foto/ Marcelo Camargo/Agência Brasil) voltou a crescer, alcançando 50,7%, enquanto a aprovação recuou para 48,6%. É um sinal de que, mesmo em democracias consolidadas, a confiança pública pode evaporar sem aviso — como ensinaria Tocqueville, quando a inquietação social encontra um governo distraído. O dado bruto impressiona menos que sua raiz. O país volta a colocar o crime no topo de suas angústias, ultrapassando a corrupção e disparando após a Operação Contenção.
Em julho, 42% viam a criminalidade como o maior problema; agora, 60%. Esse salto corrosivo respinga no presidente. A divisão religiosa apenas acentua o quadro: Lula é bem avaliado entre agnósticos e ateus (82,1%), mas enfrenta forte reprovação entre evangélicos (72,1%). Em meio a isso, declarações precipitadas de Lewandowski e do próprio presidente sobre a operação — insinuações que não se confirmaram — ampliaram a sensação de narrativas sensacionalistas e sem fundamentos. Quando o poder transmite dúvida, o cidadão devolve a desconfiança.













