Talvez Bolsonaro e sua trupe não tenham percebido a grande novidade política com o desenvolvimento do coronavírus. Em conta sua postura de camelô da insensatez, quando esparrama aquilo que pensa com o fígado para sua base de apoio, eis que, de repente, não mais que de repente, uma onda começa a tomar corpo. O que se percebe nas redes sociais, por enquanto, é que estão se juntando contra ele muitos dos segmentos que o apoiaram temendo a volta do PT ao poder. Sua imagem começa a ser questionada de forma virulenta até, ao tempo em se solidifica a base bolsonarista em sua essência. Felizmente, para ele, duas constatações ainda o favorecem: o Congresso tem atuado como bombeiro e afastado a política do quanto pior melhor, ao tempo em que as manifestações de rua contra sua postura arrogante e prepotente não acontecem, ainda, pelo pavor que o coronavírus provoca. O ponto central que ele, Bolsonaro, onipresente e onisciente, ainda não percebeu, é o que o Brasil resolveu, em vez de esticar a corda, dar corda para que ele se enforque. Enquanto isso, Mourão (foto) começou o seu aquecimento.