Não vamos construir um país sem ousadia. Ela é a marca dos idealistas e empreendedores. Mas, quando aliada dos espertinhos e espertalhões, como temos assistido no país, ela destrói povos e economias. Precisamos na política de gente ousada, que tenha capacidade e tenacidade de conquistar o povo para ser parceiro de um projeto real, não de promessas vazias, de quem se diz capaz de, num passe de mágica, reerguer o país. Reconstruir o Brasil e recolocá-lo nos trilhos para que avance com segurança, é tarefa possível, mas que exige humildade e ousadia para dizer ao povo que sozinho, ninguém consegue fazer nada. De dizer ao empresário que o lucro impulsiona o negócio e o progresso, mas o lucro desmedido e inconsequente destrói o negócio e elimina o consumidor. Coragem para dizer ao agronegócio e à mineração que as atividades são fundamentais para o país, desde que realizada com cuidado e buscando a preservação. De dizer aos que insistem em viver na marginalidade, que sua ousadia tem um preço e que ele será cobrado com rigor. Enfim, coragem de dizer aos jovens, aos idosos, aos servidores, aos profissionais liberais e aos assalariados, que governar exige compromissos dos líderes e dos liderados. Que nada se consegue sem suor e lagrimas de todos, e que o processo será lento, não mágico como vêm prometendo Bolsonaro, Lula, Ciro- em especial- e todos os demais candidatos a cargos executivo e legislativo. O discurso da solução fácil, das soluções corajosas, que não se sabe por que não são adotadas pelos atuais governantes, os discursos radicais e histéricos e as promessas de mudanças rápidas, próprias dos ousados inconsequentes, não podem sair vitoriosas das urnas. Não há- e não me tenham como pessimista- soluções fáceis, de gaveta para nossos problemas. O Brasil, para começar a respirar, precisa ter coragem, ousadia, para mudar, nas urnas – não me vejam com outros instrumentos de “democracia” – nossa realidade política. O medo afastou os bons, abrindo espaço para a ousadia dos espertalhões. E eles, reconheça-se- souberam aproveitar da situação, conseguindo entorpecer o povo que foi adestrado para ver na política algo mau. Não, a política não é boa, nem ruim. Ela é indispensável para os povos. Mas tem que ser exercida com seriedade por gente comprometida com os interesses nacionais. Estamos a quatro meses das eleições e ninguém, vê qualquer candidato – qualquer um- com propostas sérias e viáveis para o país. Só discurso fácil, de quem trata o povo como pedinte e lhe oferece soluções através de programas sociais que, transitoriamente, podem até ajudar, mas que não são solução. Falta seriedade em quem propõe e em quem aceita estas soluções. Chega de ousadia e mentiras de uns e esperteza de outros. (Foto reprodução internet)