A quem interessa desmoralizar o Judiciário?

Um importante site de notícias publicou, no final da semana passada, o resultado de uma pesquisa realizada por um instituto ligado ao grupo, que aponta uma brutal queda na avaliação popular do Supremo Tribunal Federal. Em dezembro de 2022, logo depois das eleições, a Suprema Corte desempenhava um trabalho “ótimo” ou “bom” para 31% dos eleitores. Agora, os percentuais estão em 14% – os mais baixos desde o início da série histórica. Sim, mas o que quer dizer isto? Aparentemente, nada. O instituto não indica as razões para a mudança de humor dos entrevistados e quais os critérios usados pelos entrevistados para dizer se o trabalho do STF é bom ou ruim. Os Tribunais Superiores, para não estender o assunto para todo o Judiciário brasileiro, julgam milhares de processos por ano. A avaliação popular é sobre todo o trabalho ou sobre algum – ou alguns – em especial? Qual a capacidade de avaliação dos entrevistados? Não estou defendendo o Judiciário que, para mim tem seus erros- um dos maiores a demora em suas decisões – mas não posso concordar com a afirmação de que, a grosso modo, 86% da população reprove ou questione o seu trabalho. Num país que vive uma fase de perigosa radicalização política, com dois de suas principais lideranças envolvidas em denúncias, é perigoso desmoralizar o Judiciário. Só interessa a quem tem dívidas a acertar com o povo. (foto/reprodução internet)