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A questão é saber se a Previdência entra ou não na pauta

Paulo César de Oliveira
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Entramos na última semana política do ano. Quem convive no meio sabe que estes últimos dias antes do recesso são de “pia sem sifão”. Tudo aquilo que foi protelado, à espera de negociação ou, objetivamente, de melhor preço, entra na pauta e é aprovado em questão de minutos. São sessões parlamentares curtas, normalmente com pouquíssimos e desatentos parlamentares em plenários. Aprova-se tudo, ou quase tudo, sem que se faça algo parecido com uma análise da matéria. O que não é para aprovar nem entra na pauta. Agora é saber em que situação ficará a reforma da Previdência. Entra na pauta antes do recesso ou fica mesmo para depois do Carnaval que, em 2018, será logo no início de fevereiro. Como é ano eleitoral, portanto de estar junto às bases, ninguém imagina que os deputados, em Brasília e nos estados, vão aparecer para trabalhar. Temer, porém, insiste em iniciar a discussão da reforma em plenário ainda nesta próxima quinta-feira. Tem esperança de votar, na Câmara, antes do recesso. Do presidente pode-se dizer muita coisa, menos que não tenha perseverança. Conhecedor da Casa como poucos, Temer sabe direitinho “em que ouvido” cada parlamentar gosta de ouvir a conversa. E ele não se recusa a falar. Como sabe o caminho das pedras, tratou de incorporar os prefeitos aos debates, prometendo repartir com os municípios o que for economizado com a reforma, algo em torno de R$ 3 bilhões. Um número mágico, pois até agora o que se dizia é que os efeitos da reforma só seriam sentidos mais à frente. E tome pressão de prefeitos sobre os deputados. Se dará certo, não se sabe. Até agora não há, segundo alguns, e há sim, até com alguma sobra, votos para aprovar a proposta, segundo os mais otimistas. PMDB, PTB, PPS, já fecharam questão pela aprovação da reforma. PSDB decide se toma a mesma posição esta semana. Mas o governo não se entusiasma com esta decisão. Na prática ela não significa nada, pois não se prevê punições aos que desrespeitarem o posicionamento partidário. A esperança é que a medida possa servir de desculpa para os que têm medo do eleitor. Pode funcionar. Ou não. Mas a Câmara é apenas uma etapa. Depois vem o Senado.

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