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Acertos finais no discurso de que pode ser o de despedida

Paulo César de Oliveira
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Um abatido Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou ontem em Brasília, para apoiar a sua pupila em seu momento mais dramático. Mas antes de enfrentar o julgamento, Lula e Dilma reuniram-se em volta de uma mesa de jantar para repassar entre garfadas, qual o tom exato da fala da presidente para os seus algozes. Dilma terá 30 minutos para fazer a sua exposição para os senadores, na sessão marcada para ter início hoje às 9 horas. Se esse tempo não for suficiente, o presidente da sessão, ministro Ricardo Lewandowski, poderá conceder mais alguns minutos para Dilma, antes dela começar a responder as perguntas dos senadores. A primeira inscrita para as perguntas é a senadora Kátia Abreu (foto), do PMDB de Tocantins, ex-ministra e amiga de Dilma. Depois serão mais 46 senadores. Será um dia longo, tenso e triste para a história política brasileira.

 

Com a faca entre os dentes

Os senadores aliados da presidente Dilma mantiveram o clima tenso durante os depoimentos das testemunhas e hoje não será diferente. As palavras que eles mais usarão serão golpe e injustiça. Dirão ainda que não houve crime e que a presidente Dilma está sendo vítima de misoginia, o ódio contra as mulheres. Esse último ponto também deve ser explorado por Dilma, para mostrar-se como vítima de uma situação que vai além da questão política e administrativa.

 

Para o que der e vier

Os senadores pró- impeachment prometem limitar as perguntas a assuntos técnicos dos motivos do impeachment, como a edição de decretos suplementares e as pedaladas fiscais. Mas avisam que não vão aceitar provocações e seguirão o mesmo tom usado por Dilma, que será tratada com respeito, segundo o senador Agripino Maia, do DEM. Os senadores favoráveis ao afastamento da presidente Dilma, também se reuniram ontem em Brasília para definir como irão se comportar no plenário e não deixar que ela se transforme em vítima. A ordem segundo Agripino “é não correr o risco de mudar o resultado do jogo que já está jogado”.

 

Setor produtivo acompanha impeachment com apreensão

As principais entidades sindicais do país acompanham com apreensão o julgamento da presidente Dilma Rousseff, no Senado. A presença de Dilma deixa o ambiente mais tenso e o temor é que a imagem do país fique ainda mais fragilizada para os investidores, com a demora da solução do processo de impeachment. Nos últimos dias o presidente da CNI, Robson Andrade e o presidente da Fiemg, Olavo Machado Jr, debateram com os empresários mineiros sobre as expectativas pós impeachment e a pauta que pretendem defender para que o país reaja à crise, que praticamente paralisou o setor produtivo. E hoje, todas as atenções estão em Brasília.

 

Temer espera o impeachment para fazer as malas

Enquanto aguarda o final do processo de impeachment no Senado, o presidente em exercício, Michel Temer, faz os últimos acertos para a sua primeira viagem internacional no comando do país. Ele embarca na quarta-feira para o encontro da Cúpula de Líderes do G-20, na China, como presidente do Brasil, se for confirmado o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff. O governo brasileiro também vai promover uma série de encontros com os chineses. Vários empresários e políticos vão acompanhar a comitiva presidencial. Michel Temer também pretende viajar a Nova Iorque para participar no fim de setembro da Assembleia-Geral das Nações Unidas, evento no qual, tradicionalmente, o representante do Brasil faz o discurso de abertura. Ele também pretende ir à Índia, ao Japão,à Colômbia, Argentina e Paraguai.

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