A defesa de Pedro Corrêa (PP) (foto), que teve mandado de prisão expedido na 11ª etapa da Operação Lava Jato, quer que o ex-deputado feche um acordo de delação premiada Justiça na apuração das denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras e agora o Ministério da Saúde e a Caixa Econômica Federal. Clóvis Corrêa Filho, que é advogado e primo do ex-deputado, admitiu ontem que as provas contra Corrêa, citadas no despacho do juiz federal Sérgio Moro são contundentes. “Não tem como fugir da Justiça, as provas são contundentes. Defendo que ele faça a delação para contribuir com o aperfeiçoamento do processo democrático”, disse o advogado. O ex-deputado Pedro Corrêa já está preso numa penitenciária em Pernambuco onde cumpre pena de sete anos após condenação na ação penal do mensalão. Para o advogado, o estado de saúde do ex-deputado -que é diabético, tem pressão alta e problemas cardíacos- exige cuidados especiais. Por isso, ele deveria buscar atenuar uma possível nova pena com uma delação premiada. “Ele sabe de muita coisa, inclusive como foi a nomeação de Paulo Roberto Costa para a diretoria da Petrobrás junto ao ex-presidente Lula”, afirmou. Na avaliação do advogado Clóvis Corrêa Filho, a necessidade de arrecadar fundos para financiar campanhas fez seu cliente “ir por um caminho errado”. “Quem de nós não erra? Isso acontece em função de nosso quadro político que ninguém busca consertar”, disse o advogado, alegando que uma delação de Corrêa pode ajudar a “fazer uma limpeza” no sistema eleitoral do país.
O advogado elogiou o juiz Sérgio Moro, cujo trabalho disse considerar “excepcional”. Clóvis Corrêa Filho afirmou que vai defender com seu cliente o acordo de delação. Segundo o advogado, o ex-deputado deve ser transferido amanhã para a carceragem a Polícia Federal em Curitiba.