Líderes do PSDB, do DEM, do PPS, do Solidariedade e da minoria na Câmara pediram na tarde desse sábado (10) o afastamento do presidente da Casa, Eduardo Cunha (RJ), do cargo. A decisão decorre, segundo a nota, das denúncias que pesam contra o peemedebista, conforme divulgado na imprensa. Mais cedo, os deputados da oposição deram um ultimato a Cunha para que deixasse por conta própria o cargo. Mas ele avisou a oposicionistas e também a aliados que não faria isso. A situação dele agravou-se nos últimos dias. Ontem o jornal o Estado de São Paulo apontou, que documentos enviados pelo Ministério Público Suíço, comprovam que um negócio fechado pela Petrobras serviu para irrigar quatro contas no país, que têm como beneficiários o presidente da Câmara e a mulher dele, Cláudia Cordeiro Cruz. “Os líderes Carlos Sampaio, Arthur Maia, Fernando Bezerra Filho (PSB-PE), Mendonça Filho (DEM-PE), Rubens Bueno e Bruno Araújo (foto), respectivamente do PSDB, Solidariedade, PSB, DEM, PPS e Minoria, entendem que ele deve afastar-se do cargo, até mesmo para que possa exercer, de forma adequada, o seu direito constitucional à ampla defesa”, disse a manifestação.
Daqui não saio. Pelo menos por enquanto
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reafirmou, em entrevista por telefone à Globonews, que não renunciará à presidência da Casa, mesmo com os desdobramentos das investigações sobre contas bancárias atribuídas a ele na Suíça e o anúncio feito pelo PSOL de que pedirá a cassação de seu mandato parlamentar. “Pode pressionar, eu não renuncio. Sem a menor chance. Podem retirar apoio, fazer o que quiserem. Tenho amplo direito de defesa. Não podem me tirar”, afirmou Cunha (foto). Ele disse ainda que um eventual processo de cassação deve ter início “de qualquer jeito”, mas que “leva um tempo”. Cunha vem sendo acusado de ter recebido em contas na Suíça ao menos R$ 23,2 milhões de 2007 a 2011, segundo relatório do Ministério Público daquele país. As autoridades suíças conseguiram bloquear apenas duas das quatro contas ligadas ao parlamentar. Isso porque o deputado encerrou as outras duas em abril e em maio do ano passado, após o início das investigações da Operação Lava Jato. Em nota divulgada na sexta-feira (9), advogados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmam que o parlamentar não foi notificado nem teve acesso a qualquer procedimento investigativo que tenha por objeto atos ou condutas de sua responsabilidade e questionam o vazamento de informações das investigações protegidas por sigilo.
Mesmo acuado Eduardo Cunha articula impeachment de Dilma
Ministros e aliados da presidente Dilma Rousseff acreditam que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai usar a sua artilharia contra o governo federal nesta semana. Alguns acreditam que ele já vai deflagrar o processo de impeachment. Cunha estaria articulando com aliados e os partidos da oposição, uma manobra para que o pedido de impeachment do ex petista Hélio Bicudo e do jurista Miguel Reale Júnior, seja o ponto de partida para dar início ao processo. Do outro lado, o governo tenta reverter esse quadro. Sem conseguir o apoio necessário, mesmo com a reforma ministerial em que garantiu 7 ministérios para o PMDB, a presidente Dilma parece cada vez mais isolada. Os ministros da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini e da Casa Civil, Jaques Wagner, pretendem tentar uma reaproximação com Eduardo Cunha e devem liberar emendas parlamentares e as indicações para cargos no segundo escalão de governo para melhorar o ambiente para o governo no Congresso Nacional. Segundo informações do jornal O Globo, Berzoíni vai conversar com os deputados que tem boicotado o governo no plenário da Câmara para tentar pacificar os ânimos e analisar o atendimento das demandas prometidas e que não foram cumpridas. O tempo para o governo é curto e segundo algumas pessoas próximas à presidente Dilma, ela começa a demonstrar “péssimo estado de ânimo” e estaria sem rumo e sem noção da gravidade da situação.