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Alckmin em BH: “passagem e hotel eu pago do meu bolso”

Paulo César de Oliveira
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O governador Geraldo Alckmin (foto), de São Paulo, teria uma extensa agenda política ontem em Belo Horizonte, com debate na Federação da Agricultura, encontro com as bancadas estadual e federal do PSDB e visita a órgãos de imprensa. Cancelou todos estes compromissos e, acompanhado apenas de um ajudante de ordem, chegou no Aeroporto de Confins, no final da tarde, sem claque, sendo recebido por poucas pessoas do seu partido. O governador justificou os cancelamentos afirmando que tem procurado marcar compromissos fora da agenda apenas à noite e nos finais de semana. “Agendas que não são estritamente oficiais, eu marco à noite ou nos finais de semana. A passagem e o hotel eu pago do meu bolso”. A fala do governador foi uma resposta indireta ao Ministério Público Estadual paulista que está questionando o prefeito João Doria por suas constantes ausências da cidade para cumprir compromissos políticos. Recebido na sede do Sindicato da Construção Pesada –SICEPOT-MG, onde fez palestra, pelo senador Antonio Anastasia e por alguns parlamentares tucanos, Alckmin reafirmou a disposição de disputar prévias no partido, caso haja mais de um postulante à legenda para a disputa presidencial. Garantiu que não tem qualquer dificuldade em aceitar a movimentação do prefeito João Doria, seu afilhado político, que também articula para ser o nome do partido na disputa presidencial e afirmou que, sendo candidato, vai procurar o apoio do senador Aécio Neves para a campanha em Minas.

 

Brasil ficou caro e perdeu a competitividade

Em sua palestra no “Fórum Econômico Brasil em Debates”, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin falou sobre “Brasil – Desafios Políticos e Econômicos”. Para os empresários mineiros, Alckmin falou o que é consenso no setor produtivo: se não houver investimento, não tem crescimento. “E isso vai acontecer a partir da realização de obras, com o envolvimento do setor de construção, que é um dos que mais emprega. Para se ter uma ideia da capacidade de geração de empregos na construção, em apenas uma obra, a do Rodoanel em São Paulo, foram gerados 6.170 empregos diretos”. Alckmin também defendeu as concessões e as PPPs, para envolver a iniciativa privada no processo e é nessa lógica que São Paulo tem investido, inclusive para a construção de casas populares. A empresa mineira Canopus venceu a licitação para construir 3.500 apartamentos no centro de São Paulo. Os problemas do Brasil, na sua opinião, no entanto, vão mais além. O país ficou caro antes de ficar rico, segundo o governador tucano, e com isso perdeu em competitividade. “O país tem um grande mercado, mas não temos para quem vender”. Alckmin também defendeu mudanças na política fiscal e arrancou aplausos dos empresários quando argumentou que o país precisa de um regime geral de previdência, atacando o corporativismo e acabando com os privilégios. Para ele, vivemos no Brasil um Robin Hood às avessas, com os mais pobres pagando os altos salários no serviço público. “Essa lógica perversa precisa mudar”, afirmou o governador.

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