Tão logo o presidente Michel Temer chamou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para uma conversa no Palácio do Planalto para discutir a vaga de Teori Zavascki, no Supremo Tribunal Federal, começaram a chover críticas a ele. Do currículo aos cargos que já exerceu, nada escapou da fúria dos internautas. Ele perdeu concurso de professor titular da USP para o ministro Ricardo Lewandowski, e é acusado, por estudantes, de ter relativizado a tortura em sala de aula, acusação que ele nega. Lembraram ainda que em trabalho acadêmico, o escolhido por Temer criticou escolhas políticas para o STF e posicionou-se contrário ao foro privilegiado que hoje, protege muitos dos acusados de corrupção no país. Na universidade, ele também é considerado prodigioso e bem articulado. Em sua passagem pelo Ministério da Justiça, no entanto, sobraram polêmicas. Antes de fazer o convite a Alexandre de Moraes, Michel Temer conversou com ministros do STF e políticos. Para assumir o cargo, Moraes (foto) será sabatinado pelos membros da Comissão de Justiça do Senado, possivelmente na próxima semana, e depois passar pela aprovação no plenário.
Forte impacto na Lava Jato
O coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador federal Deltan Dallagnol, usou a sua rede social para falar do ‘forte impacto’ na operação com a indicação do novo ministro. A maior preocupação de Dellagnol é com a possibilidade de o STF recuar sobre a prisão de réus após a condenação em segunda instância, que foi aprovada pela Corte no ano passado por 6 votos a 5, sendo que Teori estava entre os votos vencedores. Para ele, o novo ministro pode inverter o placar.
