Líderes do centrão admitem que Hugo Motta (foto/reprodução internet), presidente da Câmara, dificilmente conterá a votação do projeto que anistia os envolvidos no 8 de Janeiro. A expectativa é de aprovação com placar próximo ao necessário para emendas constitucionais, revelando que parte expressiva da centro-direita se esquivou da urgência por temor do STF e do Planalto, mas tende a aderir no mérito. Ainda assim, há quem veja o movimento inverso: parlamentares que apoiam a urgência apenas como teste de força, mas que podem recuar na hora decisiva. Se a proposta passar com ampla margem, o Senado ficará pressionado a seguir o mesmo caminho. Nesse cenário, um eventual veto de Lula seria facilmente derrubado, transferindo o impasse institucional para o Supremo, que assumiria, mais uma vez, o papel de árbitro de um Congresso que terceiriza seus próprios dilemas.