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Ano começa com palanques abertos

Paulo César de Oliveira
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Você certamente não está notando nenhuma diferença, mas já estamos em um novo ano que, na verdade, não tem cara de ano novo, tal a semelhança com o que acabou agora, o 2021. Mas é verdade que ele começou e hoje é o primeiro dia útil do 2022 para a maioria das pessoas, mesmo que útil apenas para se buscar um emprego, alimentar esperanças. Um ano de expectativas pois afinal teremos eleições e, poucos estão se lembrando, uma Copa do Mundo, pela primeira vez na história quase no final do ano, em novembro. O calor do Catar obrigou a mudança na data da Copa que, para azar nosso, será bem próxima das eleições. Azar porque vai tirar parte da pouca atenção que o brasileiro dá às eleições. A discussão, certamente, será maior sobre quem deve ser titular na seleção do que quem deve ser titular nos governos e nos parlamentos. É que o brasileiro, não sei bem a razão, considera a política uma coisa chata, e o voto uma obrigação, não um direito, se esquecendo de que sua vida será melhor ou ainda pior dependendo de quem ele eleger. Este ano, convenhamos, vai ser difícil a opção das urnas, especialmente na disputa presidencial. A polarização entre Bolsonaro e Lula, que as pesquisas do ano passado mostravam, é muito ruim para o país pois de ambos não se pode esperar nada de novo, apesar repetições de governos que não conseguiram mudar o país. Fora deles, há as candidaturas da chamada terceira via, Ciro, Moro e Doria. Ciro, o eterno candidato, já a esta altura, parece carta fora do baralho por seu discurso vazio e radical. Restam, aos que desejam mudanças, as opções Moro e Doria. Moro, com perfil mais radical e discurso de uma nota só, sem experiência política. Doria mais moderado com vivência política e um bom cartão de referência que é sua administração em São Paulo. O ano começa com os palanques abertos. Torcemos para, quanto mais cedo melhor, o público se conscientize de que precisa participar desta discussão, discutindo propostas e exigindo mudanças. Mudanças como na distribuição da renda nacional pois não é possível um país crescer sem que seus cidadãos tenham condições de consumir o necessário e até- por que não? – um pouco de supérfluo. Este ano, com o novo salário já em vigor, em torno de mil e duzentos reais, próximo de um quinto do que deveria ser, considerando as regras da Constituição, milhões de brasileiros estarão alijados do mercado consumidor. Uma vergonha! (Foto reprodução internet)

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