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As manifestações recomeçaram tímidas

Paulo César de Oliveira
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Movimentadas aqui, pouco animadas acolá, as manifestações dos brasileiros, ontem, Brasil afora, foram menores do que se poderia imaginar e a importância do tema exigia. O povo foi às ruas para protestar contra a corrupção e em defesa da Operação Lava Jato, que alguns querem apresentar como em risco. Claro que as modificações no texto original das medidas, feitas pela Câmara Federal na calada da noite, na semana passada, deturpou um pouco a proposta, mas não ao ponto de torná-la inútil ou mesmo ameaçadora à independência do Judiciário e do Ministério Público. Há um pouco de corporativismo na venda desta ideia, mas este é assunto para ser debatido outro dia. O assunto aqui é a volta do povo às ruas, ainda com alguma timidez, talvez até por não saber contra o quê mesmo se protestava. Ontem a militância alugada do “Fora Temer” ficou mais recolhida e não compareceu às manifestações o que, convenhamos, foi um enorme ganho. Outro ganho considerável foram os protestos contra Renan Calheiros, presidente do Senado e réu no Supremo, e Rodrigo Maia, o presidente da Câmara, que manobrou o quanto pode para desfigurar as propostas contra a corrupção. Renan começa a ficar acuado. Nesta semana a Ordem dos Advogados do Brasil deve formalizar um pedido junto ao STF para que ele, já réu, seja obrigado a deixar a presidência do Senado, assim como aconteceu com Eduardo Cunha que teve uma punição ainda maior, sendo obrigado a licenciar-se do mandato. Maia que pretende reeleger-se presidente da Câmara, vai vendo ficar mais longe este projeto por causa da rejeição popular, que pode influenciar alguns de seus eleitores de cabresto. Aliás, alguns deles já advertiram Maia (foto) sobre os riscos da rejeição. A saída de Renan e Maia representam mudanças reais? Não necessariamente. Em princípio, estaremos apenas trocando seis por meia dúzia, pois não há para o lugar deles, pessoas tão diferentes deles. Em todos os casos, já é uma mudança e um aviso para o futuro. Agora, é esperar a repercussão das manifestações junto ao Congresso. Foi apenas uma marolinha, que pode se transformar num mar revolto, como aconteceu em 2013.

 

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