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As trapalhadas da presidente Dilma causam crise diplomática

Paulo César de Oliveira
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A declaração da presidente Dilma Rousseff (foto), de que está sofrendo pressão por um “golpe à paraguaia”, numa referência ao impeachment do ex-presidente Fernando Lugo, em 2012, acabou gerando uma crise diplomática. O governo paraguaio não gostou da referência e emitiu nota repudiando a referência de Dilma ao episódio. O embaixador brasileiro em Assunção, José Felício, foi chamado a dar explicações. O governo paraguaio alega que a afirmação de Dilma provocou “surpresa e desagrado” no país. O presidente Horácio Cartes é do Partido Colorado, agremiação política que voltou ao poder na eleição de 2013, após intervalo em que Lugo esteve na presidência (2008-2012). O ex-presidente paraguaio foi afastado do cargo em junho de 2012, sob alegação de mau desempenho de suas funções. A votação do impeachment de Lugo no Congresso levou 24h e teve como estopim a suposta responsabilidade do governo nacional no conflito agrário de Curuguaty, no nordeste do Paraguai, onde 17 pessoas morreram, entre agricultores e policiais. Atualmente, Lugo é senador pelo Partido Frente Guasú. Em nota, a chancelaria do Paraguai afirma que o processo de impeachment do ex-presidente tramitou de acordo com a Constituição do país. “O governo do Paraguai respeita o princípio de não intervenção em assuntos internos de outros Estados e ratifica que, na República do Paraguai, o Estado de direito e as instituições estão plenamente vigentes, sólidos e são respeitados, ininterruptamente desde 1989”.

 

Uma trapalhada anterior

Este não foi o primeiro mal-estar causado pela presidente Dilma com o Paraguai. O ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, contou em seu livro ”Uma ovelha negra no poder”, que a presidente Dilma combinou com o governo uruguaio, em uma reunião secreta em Brasília, suspender o Paraguai do Mercosul após o impeachment de Lugo. Segundo Mujica, Dilma teria dito que “o Brasil precisa que o Paraguai fique fora do Mercosul para, dessa maneira, apressar as eleições no país”. Na semana seguinte, no fim de junho, os presidentes dos países do Mercosul se reuniram na Argentina e decidiram pela suspensão do Paraguai. As eleições presidenciais no país vieram em abril de 2013 e o Paraguai voltaria ao Mercosul em dezembro daquele ano.

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