O ministro Luís Roberto Barroso (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou a estudantes nessa quinta-feira uma crítica ao PMDB como “alternativa de poder”. No início da tarde, ele teve um encontro com bolsistas da Fundação Lemann em um dos plenários do tribunal. O ministro estava sentado ao lado de um mediador que fazia as perguntas e ele respondia. Numa das respostas, comentou o ambiente político do país e disse que se tornou “um espaço de corrupção generalizada”. “Quando anteontem o jornal exibia que o PMDB desembarcou do governo e mostrava as pessoas que erguiam as mãos, eu olhei e disse: ‘Meu Deus do céu! Essa é nossa alternativa de poder. Não vou fulanizar, mas quem viu a foto sabe do que estou falando”, afirmou.
Ministro percebe seus excessos
A audiência foi filmada e transmitida no sistema interno do STF. Antes dos comentários, o ministro frisou que estava falando em um “ambiente acadêmico” e depois perguntou se sua fala estava sendo gravada. Ao saber que sim, se queixou com auxiliares e pediu para “desgravar”. Barroso iniciou o comentário afirmando que a política “morreu”, mas se corrigiu noutro momento, antes, porém, de pedir para desgravar. “Talvez eu tenha exagerado. Mas ela está gravemente enferma”, disse. Para o ministro, “o sistema político não tem o mínimo de legitimidade democrática. Ele deu uma centralidade imensa ao dinheiro e à necessidade de financiamento. E se tornou um espaço de corrupção generalizada”. Após a divulgação da fala, Luís Roberto Barroso explicou que, na conversa com doutores em economia, tratou do contexto político, da falta de renovação na política brasileira, e não fez críticas a nenhum partido especificamente.