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Bate-boca com a base aliada e reações contra pacote do governo

Paulo César de Oliveira
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Está difícil para a presidente Dilma e seus ministros convencer os deputados de que eles têm que aprovar o retorno da CPMF e as medidas anunciadas para cobrir o rombo no orçamento da União de 30,5 bilhões de reais. A primeira investida ontem (15), no Palácio do Planalto, acabou em bate-boca, entre o deputado Rogério Rosso (PT-DF) (foto) e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Tudo começou quando o parlamentar sugeriu que Levy “fosse mais chão de fábrica” e que em vez de defender mais impostos, estimulasse a produção. Em resposta, o ministro culpou o Congresso Nacional pelo rebaixamento do Brasil pela agência Standard & Poor’s. A rispidez de Levy e Rosso chegou a um nível tal, que foi necessária a intervenção do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT-SP). A presidente Dilma já tinha se retirado da reunião quando o embate aconteceu. No encontro, no entanto, os líderes da base governista deixaram claro que terão dificuldade em defender o retorno da CPMF, até mesmo entre os deputados aliados, e da necessidade de tornar obrigatória a destinação das emendas parlamentares para a área de saúde e obras do PAC. Muitos deputados da base não escondem a irritação em relação as propostas anunciadas e engrossam o coro com a oposição, de que o governo quer transferir para o Congresso a responsabilidade para resolver os problemas criados pelo próprio Executivo. A presidente Dilma marcou outra reunião para amanhã (17) para tentar apaziguar os ânimos e encontrar forma de afinar o discurso da base, que por enquanto, tornou-se uma tarefa quase impossível.

 

Servidores públicos federais ameaçam greve geral

A decisão da presidente Dilma e seus ministros da área econômica de congelar os salários dos servidores públicos federais, cortar o abono de permanência e suspender os concursos públicos foi recebida com indignação pelo funcionalismo. Os sindicatos e associações que defendem os servidores estão programando uma greve geral para protestar contra as medidas do governo. Alguns setores já estão paralisados, como é o caso dos servidores do INSS e da Receita Federal. O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, disse que o governo traiu os servidores, uma vez que o funcionalismo não tinha sofrido cortes profundos. “De todas as medidas anunciadas, sem dúvida os servidores foram os mais atingidos. Acabar com o abono permanência é o fim. Não há quem queira ficar sem essa complementação. E adiar de janeiro para agosto o nosso aumento é uma situação lamentável”. No site do servidor federal foi postado um artigo de um analista político do Diap, que considera que “ as propostas atingem o servidor público e, em quase todas as hipóteses, diretamente. É sempre assim, para honrar compromisso com os rentistas, desmontam o Estado e cortam direitos dos servidores públicos. Foi assim com Collor. Foi assim com FHC e está sendo assim com Dilma. E até mesmo Lula, com a sua reforma da previdência, foi por esse caminho”. No artigo, os servidores são chamados a resistir e protestar junto ao governo e pressionar o Congresso Nacional para rejeitar as medidas. “Se na última década a briga era por mais e melhores direitos, agora a batalha é para evitar retrocessos, como aconteceu na penúltima década no Brasil”

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