O deputado federal Eros Biondini (PROS) criticou as alterações no projeto das 10 Medidas Contra a Corrupção, aprovado pelos parlamentares. Como membro da comissão especial criada para analisar as propostas, o parlamentar mineiro disse ter participado de todo o debate e acompanhado a discussão da população em torno das medidas, fato que levou os membros da comissão a defendê-las. Essas mudanças jogam todo o trabalho por água abaixo, segundo Biondini, que lembrou em plenário, que dois milhões de brasileiros assinaram o projeto de iniciativa popular entregue pelos procuradores federais no Congresso Nacional.
Muita chiadeira e ameaças após votação
O projeto aprovado na Câmara dos Deputados foi um dos assuntos mais comentados na internet e ganhou mais força após a ameaça dos procuradores de renunciarem à força tarefa das investigações da Lava Jato. Os procuradores acusam os deputados de terem desfigurado o projeto original. Uma das propostas mais polêmicas foi a que pune juízes e membros do Ministério Público Federal por abuso de autoridade. Se houver uma renúncia coletiva na Lava Jato é bem provável que os deputados investigados e os que temem estar na mira dos federais façam uma festa. A emenda polêmica lista as situações em que juízes e promotores poderão ser processados, com penas de seis meses a dois anos de reclusão. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia(foto), também não gostou das mudanças, que para ela, ameaçam a independência dos juízes. E o clima da ministra com o Congresso Nacional que já não era dos melhores, tende a azedar de vez Ela já avisou que “ não se calará a Justiça”.
Temer só observa
O presidente Michel Temer está querendo ficar longe do polêmico projeto Contra a Corrupção. Quando perguntado, ele diz que não leu. O único comentário foi em relação a anistia ao caixa dois, que ele disse que vetaria, caso a proposta fosse aprovada. Temer só pretende se manifestar quando a proposta passar pelo Senado.
Na calada da noite
O projeto de combate à corrupção aprovado na Câmara segue, agora, para o Senado. Mas o que se observa é que Câmara está, cada vez mais, se especializando em operar na calada da noite, gerando monstrengos que agridem o bom senso e esgotam a paciência de todos nós, pobres e indefesos cidadãos. Com a emenda de abuso de autoridade, os deputados estão defendendo que daqui para frente, somente eles, e mais ninguém, é que poderão adotar o procedimento da conduta incompatível. Nossos congressistas se esquecem, em benefício próprio, de que o verdadeiro antídoto contra os facínoras é a cadeia. Simples assim…
