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Bolsonaro ameaça “atropelar” Guedes e demitir Levy

Paulo César de Oliveira
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O presidente Jair Bolsonaro ameaçou ontem demitir o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy (foto), se ele não afastar um executivo do banco. “Já estou ‘por aqui’ com o Levy. Eu falei pra ele: “demita esse cara na segunda-feira ou eu demito você sem passar pelo Paulo Guedes”, disse Bolsonaro a jornalistas na frente do Palácio da Alvorada, em Brasília. Segundo o presidente da República, Levy não tem atuado como o que foi combinado quando foi convidado por Guedes no começo do ano para presidir o banco de fomento. Nesta semana, Levy nomeou o advogado Marcos Pinto, que teve cargo no banco durante governos do PT, para ser diretor de Mercado de Capitais da instituição. “Essa pessoa, o Levy, já vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e àquilo que ele conhece a meu respeito. Ele está com a cabeça a prêmio há algum tempo”, afirmou Bolsonaro. Desde a campanha eleitoral, no ano passado, Bolsonaro tem prometido que iria “abrir a caixa-preta do BNDES”, para revelar ao público o destino de empréstimos realizados pelo banco ao longo dos últimos anos. Em abril, Bolsonaro dissera que Levy, que já foi ministro da Fazenda no governo da petista Dilma Rousseff, estava atrasado para dar uma resposta sobre o assunto.

 

Guedes rifa Levy

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem ao blog de Gerson Camarotti, no G1, que entende a “angústia” do presidente Bolsonaro com o presidente do BNDES, Joaquim Levy. Para Guedes, é natural Bolsonaro se sentir “agredido”, uma vez que Levy escolheu para o banco “nomes ligados ao PT”. Questionado se houve falta de sintonia com Bolsonaro no episódio, Guedes negou: “Pelo contrário, existe sintonia. Eu entendo a angústia do presidente. É algo natural ele se sentir agredido quando o presidente do BNDES coloca na diretoria do banco nomes ligados ao PT”. Marcos Pinto foi chefe de gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES (2006-2007). Fiocca era considerado, no governo federal, um homem de confiança de Guido Mantega, ministro da Fazenda nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Guedes lembrou ao blog que Bolsonaro apresentava como promessa de campanha “abrir a caixa-preta” do BNDES. O governo, ressaltou, já tem seis meses e isso ainda não aconteceu. Bolsonaro costuma dizer que houve problemas em empréstimos do BNDES para Cuba, Venezuela e os chamados “campeões nacionais”, como Joesley Batista. “Ninguém fala em ‘abrir a caixa-preta’ e ainda nomeia um petista. Então, fica clara a compreensão da irritação do presidente”, disse Guedes ao blog. “O grande problema é que Levy não resolveu o passado nem encaminhou uma solução para o futuro”, ressaltou.

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