O presidente eleito, Jair Bolsonaro (foto), descartou ontem a possibilidade de submeter os médicos brasileiros ao Revalida – prova de avaliação e qualificação exigida para os profissionais formados fora do Brasil. Segundo ele, a hipótese não é considerada. Também criticou a prova realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aos recém-formados para que tenham o número da entidade. “Eu sou contra o Revalida para os médicos brasileiros, senão vai desaguar na mesma situação que acontece na OAB. Não podemos formar jovens e depois submetê-los a ser boys de luxo em escritórios de advocacia”, afirmou o presidente eleito. A afirmação de Bolsonaro, em resposta a uma sugestão de seu futuro ministro da Saúde, Luis Henrique Mandetta propondo a obrigatória do exame para os recém formados, ocorreu depois de almoço na Escola de Educação Física do Exército, na Urca, no Rio de Janeiro, na programação 10º Encontro do Calção Preto, que reúne antigos e atuais comandantes, professores e monitores da escola.
Indicações
Na entrevista Bolsonaro reafirmou a disposição de concluir a montagem de sua equipe ministerial até a próxima semana. Ele disse que negocia com as bancadas e não com os partidos. São aguardadas definições para os ministérios do Meio Ambiente, da Cultura, do Esporte, dos Direitos Humanos, Minorias e Mulheres. “Estamos escolhendo o melhor, conversando com as bancadas e não com os partidos, de forma independente, e isenta. Que sejam pessoas honestas e pensem no Brasil e não na agremiação partidária.”
OAB rebate presidente e cobra mais fiscalização do MEC
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, reagiu às críticas do presidente eleito, Jair Bolsonaro, sobre a exigência da entidade dos formandos em Direitos de se submeterem ao exame da OAB para, assim, poder advogar. O exame é considerado de qualificação e difícil pelos estudantes. “O Exame de Ordem é um importante meio para aferir a qualidade do ensino do Direito”, disse Lamachia, em nota, ressaltando que provas semelhantes existem nos Estados Unidos, Japão e Europa. Lamachi acrescenta na nota que o “objetivo é preservar a sociedade de profissionais que não detenham conhecimento suficiente para garantir o resguardo de direitos fundamentais, como a liberdade, a honra e o patrimônio das pessoas”. Lamachia disse ainda ser “sempre importante esclarecer que o Exame de Ordem não tem número de vagas limitado, todos os que atingem a pontuação mínima podem vir a exercer a advocacia.” Por fim, a OAB informa que está em “busca constantemente do aperfeiçoamento dos cursos de Direito no país, requerendo inclusive maior controle por parte do Ministério da Educação para a autorização de abertura de novas vagas”