O aumento da aprovação do presidente Jair Bolsonaro pode significar a desidratação do lulismo, principalmente na região Nordeste. Isso porque Bolsonaro tem avançado com programas na área social, foco dos governos petistas e com o lançamento de um novo programa de transferência de renda, tende a desidratar ainda mais a “memória do lulismo” entre as camadas mais pobres da população ao mesmo tempo em que dá musculatura à sua reeleição. A análise é da antropóloga Rosana Pinheiro Machado (foto), professora do Departamento de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Bath, no Reino Unido, e autora do livro Amanhã vai ser maior (Editora Planeta, 192 pp, 2019), em que investiga o período que vai das Jornadas de Junho de 2013 até a vitória de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018. Para ela, há um tripé que sustenta o bolsonarismo, formado por “punitivismo, família e assistência social”.