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Cadê o povo indignado?

Paulo César de Oliveira
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Não que seja uma situação a se comemorar, mas que os números das manifestações de ontem trouxeram um grande alivio ao Governo Dilma, não há como negar. O temor do Palácio do Planalto era de que muita gente, mais até do que em março, fosse às ruas protestar. Motivos para isto não faltam. De meados de março para cá a inflação subiu, o desemprego aumentou, os juros subiram, o PIB ficou menor, enfim, muita coisa ruim aconteceu na economia. Isto sem falar dos escândalos de corrupção, cada dia em maior número e de maior tamanho. Mas o povo não quis voltar às ruas. Por qual razão, ninguém sabe. Talvez desiludido com os resultados, inexistentes, dos primeiros protestos. De lá para cá, nada de novo aconteceu. A não ser, claro, a piora do quadro. De prático, esta movimentação resultou apenas no crescimento do PMDB. Talvez esta mudança no quadro tenha refluído o movimento? É uma explicação. Pode ser. Mas também pode não significar nada, como não significou os milhões de brasileiros nas ruas no mês passado, assim como ocorrera em 2013. A ausência de povo nas ruas não significa, no entanto, que o brasileiro passou a acreditar mais no governo. Pesquisa DataFolha de sábado, mostrando que o povo acredita na participação de Dilma nos escândalos da Petrobras e a aprovação de 75% aos protestos, não permite outra leitura favorável ao governo. Mas de qualquer forma tranquiliza os petistas, como por exemplo Rui Falcão (foto), presidente nacional do partido, que ganha um fôlego para continuar afirmando que as manifestações são coisas da elite branca. Ontem foi. Mas é bom não esquecer de que na sexta-feira, o povo, como queriam as centrais sindicais, franjas do PT, também não conseguiram mobilizar o povo em defesa de Dilma. Deu empate. Pior para todos nós.

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