O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (foto), foi abordado por manifestantes anti-governo Dilma Rousseff nesse domingo (30) na Avenida Paulista. Cardozo caminhava na avenida onde era realizado um ato contra o governo e o ex-presidente Lula. O “Pixuleco”, boneco inflável com a imagem de Lula como presidiário foi montado na avenida e provocou discussão entre manifestantes contra e a favor do governo federal. O ministro, após ser hostilizado, disse que “a intolerância é incompatível com a democracia” e afirmou que, ao fim da confusão, chegou a conversar tranquilamente com alguns dos manifestantes. “Eu disse a eles: é democrático vocês se manifestarem, mas xingamento ultrapassa o limite democrático”, relatou.Em vídeo postado pelo movimento Revoltados OnLine, Cardozo caminha em direção ao Conjunto Nacional sob vaias e alguns xingamentos. No vídeo, o ministro afirma que “é uma manifestação democrática e tem que respeitar o povo”. “Um manifestante me viu passando e chamou outros manifestantes, que vieram com celulares para filmar, enquanto alguns faziam um coro de xingamentos”, relatou Cardozo. Segundo ele, os xingamentos eram contra o PT.
Para petista, quem é contra é fascista
O ministro entrou em uma livraria que fica no interior do centro comercial e os manifestantes o seguiram. A loja chegou a ser fechada por alguns instantes. Cardozo, que é frequentador habitual da livraria, se manteve tranquilo o tempo todo. Enquanto isso, na Avenida Paulista, manifestantes pró e contra o governo começaram a discutir por causa da presença do boneco inflável de Lula. Manifestantes com a bandeira do Partido dos Trabalhadores e membros de movimentos contra o governo trocaram ofensas. Os petistas chamaram os manifestantes de “fascistas”. Os organizadores do ato com o boneco rebateram afirmando que o protesto era pacífico e que os contrários ao ato deveriam ir manifestar em outro lugar. A Polícia Militar entrou em ação para separar os dois grupos. Cardozo estava acompanhado pelo amigo Marco Aurélio Carvalho, que é coordenador jurídico do PT. Carvalho, que usava uma camisa vermelha, ouviu de um manifestante, segundo relato do ministro, que “na Paulista não se pode andar de camisa vermelha”. Após os incidentes, por volta de 13h55, os organizadores do ato decidiram desmontar o boneco.